MANEJO FLORESTAL DE ESPÉCIES MADEIREIRAS CLASSIFICADAS COMO VULNERÁVEIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Manejo florestal, Conservação da floresta, Lista vermelha de espécies arbóreas.
O manejo das espécies ameaçadas deve ser utilizado como uma estratégia de conservação, sendo fundamental conhecer o comportamento dessas espécies em relação à exploração florestal e à taxa de recuperação do seu estoque dentro do ciclo de corte estabelecido para a floresta. Assim, avaliou-se a dinâmica das populações de Hymenaea parvifolia Huber; Hymenolobium excelsum Ducke e Vouacapoua americana Aubl. classificadas como ameaçadas de extinção pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). A pesquisa foi dividida em três artigos que contemplam seus objetivos específicos. No primeiro artigo avaliou-se a dinâmica das populações de H. parvifolia, H. excelsum e V. americana considerando a estrutura horizontal, as taxas de ingresso e mortalidade e a distribuição espacial de indivíduos. No segundo artigo avaliou-se a área basal, o volume e a distribuição diamétrica das espécies H. parvifolia e H. excelsum e no terceiro artigo avaliou-se a dinâmica da regeneração natural das populações de H. parvifolia, H. excelsum e V. americana, considerando a abundância de suas populações. A pesquisa foi realizada em três áreas experimentais sob a responsabilidade da Embrapa Amazônia Oriental, sendo duas localizadas na Floresta Nacional do Tapajós (Km 114 e Km 67 da BR 163) e uma no Campo Experimental da Embrapa no município de Moju. As alterações causadas pela exploração florestal de impacto reduzido sobre a estrutura, ingresso, mortalidade dos indivíduos das populações das espécies H. parvifolia; H. excelsum e V. americana avaliadas no período de 31 anos não foram significativos. O período de 30 anos após a exploração florestal não foi suficiente para H. parvifolia recuperar o número de árvores, a área basal e o volume existente antes da exploração. Atualmente a espécie tem volume disponível para colheita, na área do Km 67, porém não possui estoque em crescimento que possa assegurar novas colheitas em futuro próximo, necessitando de atenção especial no manejo de sua população. Na área do Km 114, a espécie possui um estoque que poderá garantir futuras colheitas. A alta intensidade de colheita não permitiu que H. excelsum recuperasse o número de árvores existente antes da exploração, no período de 30 anos, porém a espécie possui estoque em crescimento que poderá garantir a sua conservação e futura exploração. H. parvifolia e H. excelsum possuem poucos indivíduos na regeneração natural podendo prejudicar a permanência dessas espécies na floresta e levá-las a extinção no local de estudo. V. americana tem regeneração abundante e estará garantida em futuras colheitas. Recomenda-se a aplicação de tratamentos silviculturais direcionados para estimular a regeneração natural nas áreas do Km 67 e Km 114. O plantio e a condução da regeneração natural são recomendados para garantir a permanência da população das espécies na área de manejo. As espécies, embora estejam na lista vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza e na lista de espécies ameaçadas publicada pelo Ministério Brasileiro do Meio Ambiente, não correrão o risco de extinção na Floresta Nacional do Tapajós e Moju, desde que suas populações sejam manejadas com técnicas e práticas adequadas, obedecendo à Legislação Florestal Brasileira.