DINÂMICA POPULACIONAL DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS NO PERÍODO DE 12 ANOS EM UMA FLORESTA MANEJADA NO MUNICÍPIO DE MOJU NA AMAZÔNIA ORIENTAL
Dinâmica de florestas; clareiras; exploração florestal.
As análises do comportamento das espécies de acordo com o tamanho da clareira, o centro e a borda e as direções cardeais dentro da área de abrangência da clareira permitem inferir o lugar mais adequado dentro da floresta onde a espécie arbórea apresente desenvolvimento aceitável. Esse contexto levou à seguinte questão científica: a quantidade de radiação solar influencia o autodesenvolvimento de espécies arbóreas? Assim, serão testadas as hipóteses: o tamanho, a direção cardeal e as diferentes distâncias do centro da clareira possibilitam diferenças no desenvolvimento das populações. Para isso foram selecionadas as seguintes espécies: Sterculia pruriens (Aubl.) Schum , Tachigalia paniculata Aublet e Eschweilera blanchetiana (O. Berg) Miers. O objetivo geral do estudo foi o de avaliar a dinâmica das populações de três espécies arbóreas durante 12 anos em uma floresta manejada que será abordado em forma de dois artigos dentro dessa pesquisa: o primeiro que se trata sobre a Dinâmica populacional de espécies arbóreas sob o efeito de clareiras e o segundo sobre a Dinâmica de crescimento diamétrico de espécie arbóreas após a exploração florestal. A área de estudo está localizada no campo experimental da Embrapa Amazônia Oriental, no município de Moju. Nessa área foi realizada exploração seletiva e da exploração nove clareiras foram utilizadas na pesquisa. Em cada clareira foram instaladas parcelas de 10 m x 50 m. Com os dados coletados entre 1998 até 2010 foram calculados a mortalidade, o recrutamento, a regeneração natural e o crescimento diamétrico. Esses parâmetros foram relacionados com os tamanhos das clareiras, às direções cardeais e à distância do centro da clareira. Os resultados do teste de Tukey mostram que as espécies arbóreas apresentaram melhor comportamento nas clareiras médias. Com relação às direções cardeais, somente S. pruriens se beneficiou da maior quantidade de radiação disponível na direção leste. T. paniculata apresentou melhor comportamento inicial na direção norte, porém, ao término do monitoramento nessa direção, as condições microclimáticas não foram benéficas. E blanchetiana não dependeu da luz incidente em diferentes direções cardeais para o seu desenvolvimento. As distâncias do centro da clareira não prejudicaram a dinâmica de T.paniculata e de E blanchetiana. A distância de 40 metros foi adequada para germinação e desenvolvimento de S. pruriens. Além disso, o tamanho, direção e distância das clareiras causaram mudanças significativas no crescimento diamétrico de T. paniculata.. O crescimento em diâmetro de S. pruriens é maior nas clareiras médias e a uma distância mediana do centro da clareira. A diferença entre os tamanhos, direções e as distâncias das clareiras não acarretaram dinâmica no crescimento diamétrico de T. paniculata. Todas as espécies são afetadas pelo fechamento do dossel ao decorrer dos anos. Deste modo, a dinâmica do crescimento diamétrico de T. paniculata foi mais afetada pela exploração florestal na área do que a dinâmica populacional. A espécie S. pruriens apresentou melhor desenvolvimento e crescimento diamétrico em locais na clareira onde a intensidade de luz foi mediana. A dinâmica populacional e o crescimento diamétrico de E. blanchetiana não dependem da abertura de clareiras na área.