DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA DAS POPULAÇÕES DE SEIS ESPÉCIES ARBÓREAS NO PERÍODO DE 33 ANOS EM UMA ÁREA MANEJADA NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS
Manejo florestal, Espécies madeireiras, dinâmica de populações arbóreas.
Na Amazônia, conhecer a composição e distribuição das espécies vegetais é indispensável para planejar de forma eficiente o manejo e a conservação da flora nativa. No Estado do Pará, nos anos de 2016 e 2017, cerca de 54.424 ha de florestas foram explorados para extração de madeira, sendo que desse total somente 40% (21.876 ha) utilizaram técnicas de manejo florestal sustentável e 60% (32.548 ha) não possuíam autorização do órgão competente, ou seja, não utilizaram técnicas de manejo sustentável na extração das árvores. A extração de madeira e outros produtos sem utilizar critérios técnicos, pode ocasionar mudanças significativas no habitat, na dinâmica do crescimento, no processo sucessional e na fenologia das espécies ao longo do tempo; podendo dificultar inclusive o processo de regeneração e manutenção dessas florestas. Portanto, o manejo das florestas deve ser realizado de forma que, ao longo dos anos, seja possível recuperar o estoque de indivíduos e de volume que foi retirado durante a exploração, para garantir a perpetuação e utilização dos recursos naturais. A análise da distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro é uma das ferramentas que pode ser utilizada para se inferir sobre o passado e o futuro das comunidades vegetais, além de fornecer base para identificar a intensidade da regeneração natural em nível de espécie. As florestas naturais tropicais são caracterizadas, de modo geral, por possuir uma distribuição diamétrica de forma decrescente, conhecida como “J-invertido” Por isso, supõe-se que as espécies arbóreas cujas populações possuem distribuição diamétrica na forma de J-Invertido, em florestas naturais, têm estoque garantido para produção contínua de madeira. Partindo dessa hipótese, o presente trabalho procurou responder a questão: Espécies arbóreas que não possuem distribuição diamétrica regular de seus indivíduos, ou seja, na forma de J-invertido, terão estoque de madeira para produção contínua em sistema de manejo policíclico? Para responder a essa questão, buscou-se avaliar a dinâmica da distribuição diamétrica de seis espécies de valor econômico no período de 33 anos, em uma área experimental manejada, sendo elas: Bagassa guianensis Aubl.; Caryocar glabrum (Aubl.) Pers.; Goupia glabra Aubl., Hymenaea courbaril L.; Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose; Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos.