Influência da mudança do uso da terra no estoque de carbono de florestas secundárias durante os anos de 2000 e 2014 no estado do pará, Brasil
Mudança climática; Desmatamento; Sensoriamento remoto; LiDAR; biomassa acima do solo (BAS)
Florestas secundárias prestam importantes serviços ecossistêmico, especialmente no auxílio da mitigação das mudanças do climática. O expressivo ritmo de crescimento ocasiona a intensiva retira CO2 atmosférico e o armazenamento de carbono na biomassa das espécies arbóreas. Esse serviço depende das condições de regeneração e desenvolvimento das florestas secundárias, que são influenciadas pelo uso anterior, a magnitude das perturbações e a duração dos distúrbios. Portanto, faz-se necessário a compreensão do processo de formação das florestas secundárias para identificar os potenciais de mitigação do aquecimento global em função dos contextos regionais de uso e de mudança do uso da terra na Amazônia. Para analisar os fatores influentes e as estimativas de biomassa e carbono em florestas secundárias, destacam-se os que métodos que combinam dados de inventário florestal e sensoriamento remoto, como imagens de sensores de satélites e nuvens de pontos obtidas por LiDAR (Light Detection and Ranging), com modelagem estatística e espacial. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou conhecer a distribuição e estimar o acúmulo de biomassa em florestas secundárias no estado do Pará. Os padrões espaciais das florestas secundárias no Pará foram avaliados por algoritmos de densidade de Kernel e pela análise hotspot utilizando dados em formato vetorial fornecido pelo projeto TerraClasse. Para mapear a regeneração das florestas secundárias, utilizou-se dos dados de classe de uso da terra para atribuir o uso anterior nos anos de 2000, 2004, 2008, 2010, 2012 e 2014. Por meio de modelagem cartográfica realizada na plataforma online Google Earth Engine, verificou-se a permanência e o surgimento de florestas secundárias na cronossequência analisada, possibilitando identificar faixas de idade em cada ano de estudo e por classe de uso anterior. Foram combinados dados da estimativa de biomassa resultante de modelagem estatística de LiDAR com inventários florestais para florestas secundárias nos municípios de Paragominas e Tapajós, assim como dados de biomassa estimada em floresta primária provenientes do projeto RainFor. Verificou-se que houve acúmulo de biomassa significativo (p<0,001) ao longo do tempo nas idades de florestas secundárias. Não houve diferença significativa (p=0,939) entre as biomassas comparando os municípios de Paragominas e Tapajós quando relacionados os acúmulos de biomassa no período de tempo estudado.