ANÁLISE ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO EM ECOSSISTEMAS URBANOS NA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA
Arborização urbana; diversidade florística; origem das espécies; serviços ou
desserviços ecossistêmicos.
Uma das principais característica da região Amazônia é a sua extensa área florestal e
enorme biodiversidade florística. Entretanto, essa exuberância vegetal não tem sido
perceptível nos centros urbanos das cidades por meio da arborização. Outro agravante é
a falta de planejamento e compromisso com essas áreas verdes. Dentre elas estão as
praças, um dos exemplos de áreas verdes mais conhecidos e que apresentam funções e
serviços ecossistêmicos para a sociedade, mas que também podem acarretar em
desserviços quando mal arborizadas e construídas inadequadamente. Esses problemas
podem ser observados nas praças de Belém do Pará, uma das principais capitais da
região Amazônica e sede da COP30 em 2025. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a composição florística de 50 praças distribuídas em seis distritos
administrativos da cidade de Belém por meio de inventários florísticos. Para isso, foram
analisadas a composição florística, a densidade, a similaridade, a origem, o status de
conservação e as diversidades alfa e beta. Nossos resultados demonstraram que apenas
no Distrito Administrativo de Belém (DABEL) houve maior número de indivíduos de
espécies exóticas do Brasil em relação as exóticas da Amazônia. Quando comparamos
os distritos, o Distrito Administrativo da Sacramenta (DASAC), apresentou maior
dominância de indivíduos de espécies exóticas da Amazônia. A Magifera indica L., é
uma espécie exótica dominante em DABEL devido ao contexto histórico da cidade.
Entretanto, nos outros distritos encontramos uma dominância do gênero Handroanthus,
possivelmente por conta do crescimento rápido e efeito estético positivo com a floração.
Identificamos em nosso estudo que houve uma diferença florística entre os distritos,
mas, detectamos uma superabundância de espécies do gênero Handroanthus, fenômeno
que denominamos de “Handroanthização”. Por fim, percebemos a presença de espécies
em categorias de risco, com isso, indicando assim, o potencial das praças em relação a
conservação das espécies arbóreas.