VOLUME DE RESÍDUOS LENHOSOS EM UMA ÁREA PÓS-MANEJO FLORESTAL NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Linha interceptadora; Layouts; Manejo de Mínimo Impacto.
Os resíduos lenhosos grossos (diâmetro > 10 cm) são definidos como todo material morto e caído no chão da floresta, com diâmetro superior a 10 cm. Em áreas de floresta manejada, incluem-se ainda partes de árvores colhidas não retiradas da floresta, como galhadas, bifurcações, sapopemas, além de partes tortuosas de troncos e galhos. Nesse contexto, o aproveitamento de resíduos para fins energéticos, serrarias, carvão e produção de móveis, pode ser uma alternativa para otimizar a produção florestal. O uso depende de variáveis como o grau de decomposição e classe diamétrica. A estimativa do volume desse material é importante para a tomada de decisão sobre a sua viabilidade e pode ser realizada por diversos métodos, sendo uma alternativa de baixo custo e boa precisão, o método das linhas interceptadoras, as quais podem formar diferentes layouts em campo, embora seja necessário definir o formato mais eficiente. Nesse sentido, as questões norteadoras foram: a) Existe diferença entre os layouts para a estimativa de volume de resíduos lenhosos grossos?; b) O comprimento da linha-amostra influencia na determinação de resíduos lenhosos grossos entre os layouts?; c) Os layouts apresentam a mesma distribuição diamétrica para o volume de resíduos lenhosos?; d) Os layouts diferem quanto à estimativa de volume de resíduos por classe de decomposição? e e) Quais são as classes de uso mais frequentes entre os layouts? Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar e definir o layout mais adequado para a estimativa de volume de resíduos gerados pela exploração de impacto reduzido no município de Porto de Moz, estado do Pará, Amazônia. Foram amostradas linhas de 1000 m em uma área de 100 hectares, onde todas as peças com diâmetro igual ou superior a 10 cm que tocavam as linhas-amostra foram catalogadas. Cada layout testado (formatos de Cruz, L, Linha e Quadrado) foi caracterizado como um tratamento, com 18 repetições em delineamento inteiramente casualizado. Além disso, em cada layout avaliou-se o volume de resíduos por categoria de uso (carvão/lenha, pequenos móveis/artefatos, serraria e sem aproveitamento), classe de decomposição (sem degradação perceptível, leves sinais de deterioração e estágio avançado de decomposição) e classe diamétrica. Uma regressão entre o volume estimado e o comprimento da linha-amostra também foi realizada, que mostrou uma melhor amostragem com o aumento do comprimento das linhas. Os resultados indicaram a semelhança entre os layouts para a estimativa de volume (p > 0,05), de acordo com teste de Tukey, além de coeficiente de variação muito alto. Apesar disso, os layouts L (9,30%) Quadrado (9,69%) apresentaram os menores erros padrão. Em todos os layouts a distância apresentou regressão positiva e significativa para a estimativa de volume, adicionalmente os maiores volumes foram encontrados nas classes de diâmetro intermediárias, com destaque para a classe entre 93,18 e 123,18 cm. Os layouts foram semelhantes na estimativa de volume por classes de decomposição e em todos, o uso para produção de pequenos móveis/artefatos foi o mais recorrente, com mais de 50% do volume. Portanto, considerando o menor erro amostral, a maior abrangência de classes diamétricas e a facilidade de execução em campo, recomenda-se o uso do layout do tipo quadrado.