CINZA DE BIOMASSA DE PALMA DE ÓLEO IMPREGNADA COM FÓSFORO EM CULTIVO DE ALFACE
Resíduo agroindustrial, fertilidade, enrequecimento com fósforo
A necessidade de reciclar nutrientes, reincorporando-os aos sistemas agrícolas, e da destinação adequada dos resíduos produzidos nas agroindústrias, demandam estudos para definir o potencial destes resíduos como condicionadores do solo. A cinza de palma de óleo (CPO) é um resíduo agroindustrial proveniente de usinas de extração do óleo e possui qualidade química que a torna um material com potencial para uso na agricultura. O subproduto é originado da incineração de fibras, cascas dos frutos e de sementes, em caldeiras com uma temperatura de queima que varia de 450 a 1000 ºC. A queima é o combustível para geração do vapor utilizado no processo de aquecimento dos cachos frescos e, em alguns casos, a geração de energia elétrica. O estado do Pará é responsável por 97% da produção brasileira de óleo de palma, o que significa uma produção significativa de CPO. Foi estudado o efeito das cinzas impregnadas ou não, com diferentes fontes de P na fertilidade do solo e o efeito residual, usando a cultura da alface (Lactuca sativa L.) como planta teste. Foi avaliado as características físico-químicas das cinzas, a fertilidade do solo após a aplicação e o crecimento da alaface. As duas cinzas apresentaram resultados semelhantes quanto ao pH e condutividade elétrica, enquanto a C1 (400 a 500 oC) apresentou maior CTC (1386,82 cmol g-1) e a C2 ( ±800 oC), maior densidade de partícula (0,396 g cm-3). Foram observados teores totais significativos de P, K, Ca, Mg, Mn, Mo, Cu, Zn e B, sendo a C2 mais rica em nutrientes. Ambas as CPO incrementaram carbono inorgânico e a aplicação de C1 aumentou carbono orgânico e apresentou maior CTC Observou-se que as cinzas têm poder de neutralização do Al trocável, elevaram o pH e reduziram a acidez potencial, além de incrementar P, K, Ca e Mg ao solo.