DINÂMICA DE CARBONO E FLUXOS DE GASES DE EFEITOS ESTUFA DO SOLO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS COM PALMA DE ÓLEO NA AMAZÔNIA ORIENTAL
variabilidade espacial, reservatórios de C, atributos do solo, óxido nitroso, floresta secundária, respiração do solo
As mudanças no uso da terra e práticas agrícolas não conservacionistas em zona tropical são fatores importantes de alteração na dinâmica da matéria orgânica, favorecendo menores estoques de carbono no solo (ECS) e maiores concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. As perdas de carbono ocorrem principalmente pela remoção da biomassa, pela emissão de dióxido de carbono proveniente da decomposição e pela erosão de compostos orgânicos. Os sistemas agroflorestais (SAFs) são vistos como alternativa sustentáveis pela capacidade de manter e/ou aumentar o C da biomassa e do solo, além de mitigar a emissão de gases de efeito estufa, preponderante do arranjo e manejo desses sistemas. Apesar do relevante papel dos SAFs no contexto de balanço de C, há escassez de pesquisas sobre o desempenho desses sistemas. O objetivo geral consisti em avaliar a dinâmica do carbono e o fluxo de gases de efeito estufa a partir do solo em sistemas agroflorestais com palma de óleo no munícipio de Tomé-açu/Pará. Estão sendo analisados dois sistemas agroflorestais com base na palma de óleo em comparativo a uma floresta sucessional de ~29 anos (Regfor). Sendo um sistema com alta diversidade de espécies (OPhigh) e outro menos diversificado (OPlow). Para melhor representatividade dos sistemas, considerou-se as unidades operacionais de manejo: 1- coroamento (Palm trunks), 2- pilha de folhas (frond piles), 3- carreador (inter rows) e 4- faixas de espécies diferentes da palma de óleo (others especies). Os resultados parciais indicam que a variabilidade na dinâmica de carbono do solo pode ser explicada por vários fatores, mais preponderantes de variações temporais e espaciais. O estoque total de C foi de 76,37 ± 3,87 Mg ha-1 em Oplow e 81,36 ± 3,33 Mg ha-1 em Ophigh. O carbono acima do solo no Oplow foi 9,62 ± 0,34 Mg ha-1, e no Ophigh 19,87 ± 2,02 Mg ha-1. ECS (0-30 cm) superior nas unidades frond piles (68,49 Mg C ha-1) de Oplow e na others especies (60,99 Mg C ha -1) de Ophigh. O acúmulo líquido de carbono total (0-100 cm) aos cinco anos foi semelhante nos dois sistemas com palma (OPlow -117.9 ± 4.5 t C ha-1 e OPhigh -119.9 ± 6.3 t C ha-1), mas superiores a RegFor (100.8 ± 1.3 t C ha-1). O maior acúmulo de C nesses sistemas está no solo, predominante de manejo que promove os estoques de C na serapilheira e ciclagem de raízes nos sistemas.