CARACTERIZAÇÃO DA VARIAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA DINÂMICA TÉRMICO-HÍDRICA DO SOLO SOB CULTIVO DE PALMA DE ÓLEO COM HÍBRIDO INTERESPECÍFICO NO LESTE DA AMAZÔNIA
Palma de óleo, umidade do solo, temperatura do solo, física do solo.
Mudanças no uso da terra, como a conversão de florestas em terras cultivadas, altera as características da vegetação, incluindo seu crescimento sazonal e teor de carbono. Sobre o uso das áreas desmatadas, uma política adequada é dobrar a área com cultivos perenes. Nesse contexto, a inserção da matriz produtiva da palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) enseja relevantes impactos positivos de forma diferenciada, como constituir opção de reflorestamento para as áreas desmatadas ocupadas com terras antropizadas, gerar renda com produção sustentada e ecologicamente limpa e oferecer alta taxa de sequestro de carbono. Diante isso, o estudo térmico e hídrico do solo, bem como, a sua variabilidade espacial e temporal, se torna ainda mais importante na medida em que a situação natural dos ecossistemas é perturbada por mudanças feitas pelo ser humano, pois os solos participam de todo o processo de troca de água e energia entre superfície, biota e a atmosfera. Se faz necessário realizar estudos sobre a umidade e temperatura do solo em plantios de palma de óleo, de forma a contribuir com informações que possam garantir a competitividade e sustentabilidade do setor, assim como garantir o desenvolvimento e produção da cultura. O objetivo do trabalho é caracterizar a variação espacial e temporal da dinâmica térmico-hídrica do solo, em cultivo de palma de óleo com híbrido interespecífico HIE (E. guineenses x E. oleifera) no leste da Amazônia. O experimento foi realizado em Moju - Pará, onde foi instalada uma torre micrometeorológica para obtenção de dados meteorológicos, foram abertos perfis no solo e inseridos sensores que geraram dados de umidade volumétrica, temperatura e fluxo de calor do solo. Os perfis estão localizados na base da planta, terço médio, empilhamento e carreador. Foram realizadas coletas para análises físicas do solo sendo granulometria, densidade, porosidade e curva de retenção de água no solo. A série temporal utilizada para o estudo foi de 2014 a 2017. A variação espacial da temperatura, umidade e fluxo de calor do solo foi influenciada pela sazonalidade, principalmente em anos de El Niño (ENOS), que houve um aumento da temperatura e fluxo de calor do solo. O manejo com o depósito de cobertura vegetal no solo é um atenuante para temperatura e fluxo de calor do solo, pois funciona como um impedimento mecânico dificultando as trocas de calor com a superfície. A base da planta foi o perfil menos úmido, pois está em um local com alta atividade de raízes. O carreador foi o perfil que sofreu menor variação do conteúdo de água no solo, isso está atribuído as características deste perfil de ser compactado, dificultando a infiltração de água no solo.