AGRICULTORES FAMILIARES EM TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA, NORDESTE PARAENSE
Agricultura Familiar; Agroecologia; Transição Agroecológica; Análise socioeconômica; Amazônia
Em um contexto de interesse crescente pelas questões ambientais e por uma alimentação saudável, as práticas agroecológicas, baseadas na valorização da biodiversidade, vêm ganhando notoriedade nas discussões relacionadas a produção de alimentos como alternativa aos sistemas de produção convencional, que privilegiam a monocultura e utilização de insumos externos. Porém poucos estudos têm sido realizados no âmbito da Amazônia brasileira nesse sentido, com destaque para a falta de pesquisas que incorporem métodos quantitativos e análises de geoprocessamento na avaliação do uso de práticas agroecológicas. Tendo em vista isso, a pesquisa tem o objetivo de avaliar a transição agroecológica de agricultores familiares no município de Primavera, Nordeste Paraense, através da criação de um indicador e da análise do perfil dos produtores cooperados a Cooperativa de Agricultores Familiares de Primavera (COOPRIMA), além da realização de uma caracterização da agropecuária no município, identificando oportunidades para o avanço da transição agroecológica. A metodologia utilizada foi baseada no levantamento de dados secundários, imagens de satélite e dados oficiais, relativos a caracterização do meio rural de Primavera, além dos dados socioeconômicos e produtivos dos produtores vinculados a COOPRIMA, através da aplicação de questionários e observação em campo. Os resultados demonstraram que a produção agropecuária no município de Primavera nos últimos anos sofreu uma perda de dinamismo, com o decrescimento do nível tecnológico nos sistemas de produção. Porém, devidoao sistema agropecuário do município ser predominantemente familiar, a possibilidade de incorporação de práticas agroecológicas é promissora, o que é confirmado no estudo com os produtores familiares associados a COOPRIMA, onde, ficou explícito que, apesar de todas as dificuldades associadas a infraestrutura e a capacidade de organização dos mesmos, se teve uma grande aceitação e adoção das técnicas propostas. Portanto, em áreas rurais com baixo dinamismo econômico e predominância da agricultura familiar as práticas agroecológicas podem ser a base para o desenvolvimento rural, uma vez que necessitam de poucos recursos para sua implementação e desenvolvimento.