Distribuição espaço-temporal de Amarelecimento Fatal em Palma-de-Óleo com diferentes idades e materiais genéticos, em sistema de produção orgânico
Geoestatística, Amazônia Oriental, Híbridos Interespecíficos
A palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.), planta originária do continente africano, possui um potencial gigantesco na produção de óleo no Brasil. Suas lavouras vêm crescendo no país concentrando principalmente no estado do Pará. O Amarelecimento Fatal, doença de causa ainda desconhecida, constitui-se no principal problema da cultura. O uso de materiais genéticos de palma-de-óleo resistentes ou tolerantes ao AF é um dos poucos métodos de controle da doença e o mais eficiente. Desta forma, o estudo da evolução da doença em materiais genéticos distintos é de suma importância para a seleção de plantas mais tolerantes, possibilitando a continuidade do cultivo da Palma-de-Óleo em áreas atacadas por AF. Desta forma, este trabalho objetivou estudar a dispersão espacial e temporal do AF em Palma-de-Óleo de diferentes idades e materiais genéticos. Para tanto, o experimento foi montado na Fazenda Companhia Palmares da Amazônia (CPA) no município de Acará – PA; composto por 140 talhões (parcelas), que totalizaram uma área de 4.107,25 ha e 507.067 plantas. Os plantios foram realizados nos anos de 1988, 1989, 1990, 1991, 1996, 2001, 2011, 2012 e 2015; caracterizando assim plantas com diferentes idades. Os materiais genéticos utilizados na área foram AVROS, DELI X LAME e DELI X LAME (EMBRAPA) e os híbridos interespecíficos COARI e AMAZON. As plantas eram monitoradas mensalmente desde 2001 e quando detectado sintomas da doença a mesma era demarcada. Foram calculados o número total de plantas doentes por parcela e a produtividade média de cada parcela. Utilizando o centroide de cada parcela foi feito o estudo da distribuição espaço-temporal para cada material. Para os três materiais o modelo de distribuição que mais se ajustou foi o Gaussiano. O Índice de Dependência Espacial para o material Avros foi predominantemente moderado, enquanto que para os materiais Deli x Lamé e Deli x Lamé (EMBRAPA) foram fortes. O alcance variou entre os materiais, apresentando maior valor médio para o AVROS (2.939 metros), seguido pelo Deli-Lamé (2.169 metros) e por fim, 853 metros para Deli-Lamé (EMBRAPA). Os híbrido interespecíficos não apresentaram casos de plantas doentes sendo muito recomendados para áreas com alta incidência de AF.