"MUDAS DE PARICÁ (Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby) BIOESTIMULADAS COM FUNGOS DA AMAZÔNIA"
silvicultura; mudas florestais; microrganismos; promoção de crescimento
O paricá, Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke), é uma espécie nativa da região amazônica, sendo utilizada na redução da exploração de florestas nativas, no aumento da produção de madeira e dos serviços ecológicos, estando amplamente cultivado no estado do Pará. O uso intensivo de produtos químicos nos sistemas de produção pode resultar na contaminação do meio ambiente. Portanto, a produção de mudas ganha destaque visando a redução no uso de insumos químicos. O uso de microrganismos promotores de crescimento auxilia no processo produtivo de mudas florestais e surge como alternativa sustentável e ecológica, suprindo a demanda comercial por mudas de alto vigor e qualidade. Portanto, objetivou-se avaliar a eficiência de fungos da Amazônia (Trichoderma asperellum, Beauveria bassiana e Metharizium anisopliae), promotores de crescimento em mudas de paricá. Visando aumentar a rusticidade e reduzir o tempo de permanência em viveiro, além de reduzir o uso de insumos químicos. Foram realizados dois ciclos de produção de mudas, em dois períodos, seco e chuvoso, no viveiro de mudas florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia, município de Belém. Avaliaram-se parâmetros morfofisiológicos, fisiológicos, bioquímicos e nutricionais nas folhas das mudas. As cepas Mix T. asperellum e B. bassiana, destacaram-se, promovendo incrementos nas variáveis de crescimento e fisiológicas, reduzindo em 30 dias o período necessário no viveiro. Enquanto as mudas submetidas a redução da adubação e a inoculação com os fungos da Amazônia, mostraram destaque para B. bassiana com ganhos nas variáveis de crescimento, fisiológicas e nutricionais. Este estudo é o primeiro a relatar os benefícios de promoção de crescimento com o uso de cepas da Amazônia em mudas de paricá. Esses achados reforçam o potencial biotecnológico desses microrganismos na produção florestal. Foi possível concluir que a bioestimulação com as cepas nativas, promove o crescimento, acúmulo de biomassa e melhora os parâmetros fisiológicos quando inoculadas com o Mix T. asperellum e B. bassiana, nos dois períodos de produção. Além disso, o período chuvoso influencia diminuindo o tempo de viveiro, podendo obter-se mudas de alta performance e padrão a cultura aos 60 dias. Os fungos amazônicos atuam como bioestimulantes naturais, reduzindo a necessidade de fertilizantes e tornando a silvicultura mais sustentável. Estudos futuros são necessários para confirmar a eficiência destes isolados em viveiros e áreas comerciais, sobre sua aplicação e papel como endófito em mudas florestais.