DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ELEMENTOS POTENCIALMENTE TÓXICOS EM SOLOSNO GARIMPO DE SERRA PELADA, E USO DE CASTANHA-DO-BRASIL COMO FITORREMEDIADORA DE ÁREAS CONTAMINADAS POR BÁRIO
Mineração artesanal; Metais pesado; Bertollethia excelsa; contaminação ambiental; risco a saúde humana
A mineração artesanal de Au causa danos severos ao ambiente e a saúde humana, devido à processos intrínsecos a própria atividade, como mobilização e exposição de rejeitos, que em geral possuem grandes concentrações de elementos potencialmente tóxicos (EPTs). O maior garimpo da era moderna foi em Serra pelada, região sudeste do Pará. Esta região possui uma grande diversidade mineral, que possibilita a ocorrência de diversos elementos potencialmente tóxicos. Este trabalho foi dividido em dois capítulos, cujos os objetivos são: (1) avaliar as concentrações e distribuição espacial de Al, Bi, Fe, Li, Sn, Sr, Te, Ti e V em área influenciada pela mineração artesanal de ouro (Au) e os atributos químicos relacionados a fertilidade do solo, e (2) avaliar o efeito do Ba e a interação Ba x Se no crescimento de castanha-do-brasil, na síntese de pigmentos fotossintéticos e nas trocas gasosas em solos artificialmente contaminados com Ba no sentido de utilizer esta espécie como fitorremediadora. As concentrações pseudo totais de Al, Bi, Fe, Li, Sn, Sr, Te, Ti e V foram elevadas, considerando a ocorrência natural nos solos. Os teores de Li, Sn, Sr, Te e V não diferiram entre as formas de uso do solo, enquanto que os teores de Al, Bi, Fe e Ti foram mais elevados em áreas residenciais e/ou agrícolas. Os mapas de distribuição espacial dos elementos mostraram que o material retirado da cava aberta para exploração do ouro não é a principal fonte de contaminação. Nas áreas residenciais, a exploração do Au nos quintais proporcionou maior acúmulo em superfície. O índice de geoacumulação mostrou enriquecimento por Bi, Li, Sn, Sr e Te que variou de moderadamente contaminado até altamente contaminado. Os resultados deste estudo indica a necessidade dos órgãos ambientais de monitorar melhor a exploração mineral e de medidas de controle da contaminação das áreas já exploradas e dos riscos a saúde da população. No segundo capitulo foi observado que após os tratamentos, mesmo na dose mais elevada de Ba, quatro vezes maior que o valor de investigação preconizado pelo Conama, não apresentou diferenças significativas no que se refere ao crescimento, as trocas gasosas e a síntese de pigmentos fotossintéticos. Esses resultados sugerem que a castanheira-do-Brasil é capaz de sobreviver em solos com altos teores de Ba e que confirmando-se a hipótese de que ela pode acumular altas concentrações de Ba nos tecidos pode ser utilizadas em programas de fitorremediação.