PPGAGRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA ICA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de QUALIFICAÇÃO: MIZAEL CARDOSO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MIZAEL CARDOSO DA SILVA
DATA : 30/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Por videoconferência
TÍTULO:

"MANEJO DE LAGARTAS DESFOLHADORAS E MOSCA BRANCA NA CULTURA DA SOJA, MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS, PARÁ"

 


PALAVRAS-CHAVES:

lagartas, mosca branca, MIP, Soja.


PÁGINAS: 51
RESUMO:

Dentre os fatores que podem diminuir a produção na cultura da soja, estão os insetos pragas que podem ocasionar danos econômicos em todas as fases da cultura. Nesse sentido, objetivou-se avaliar a eficiência de práticas de manejo sobre populações naturais de lagartas e moscas-branca, em plantio de soja a campo. Os experimentos foram conduzidos em áreas pertencentes ao Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologias - NAPT Belém/Brasília, pertencente a Embrapa Amazônia Oriental. O campo experimental era composto por quadras de 8m x 50m e cerca de 16 linhas de plantas cada. A cultivar utilizada foi a BRS 8781 RR, submetidas a diferentes práticas de manejos, e avaliadas quanto a incidência populacional de Chrysodeixis includens, Anticarisa gemmantalis, adultos e ninfas de Bemisia tabaci biótipo b, segundo os tratamentos: T1. Manejo do produtor - PRO, T2 Manejo integrado de pragas -MIP e T3. Testemunha – TST. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso (DBC) com 3 tratamentos e 6 repetições. Os experimentos foram instalados em campo, nas safras de 2020 e 2021. As amostragens foram conduzidas semanalmente, durante todo o período de desenvolvimento da cultura, que foi de 3 meses com registros do estádio de desenvolvimento das plantas. Foram realizadas 8 avaliações. As áreas foram monitoradas através do pano-de-batida, 6 amostras/tratamento, para as lagartas e da técnica da folha virada para adultos de moscas-branca (6 amostras/tratamento), que consistiu na observação na parte abaxial das folhas, com movimentos lentos visando não dispersar os insetos. A quantificação do número de ninfas foi registrada com o auxílio de mini lupa de aumento 10x.  Os monitoramentos foram iniciados aos 30 e 34 dias após a emergência da planta (DAE), respectivamente, quando foram observados os primeiros insetos e encerrou-se na fase final de enchimento de grãos. O registro para mosca-branca foi realizado utilizando-se o terço superior da planta, local de preferência para infestação, sendo avaliado um folíolo por planta, retirados das duas linhas centrais da área útil da parcela. As amostras foram coletadas sempre nos mesmos horários, entre 8:00 e 10:00h da manhã, período de menor movimentação dos insetos na área, o que permitiu padronizar a avaliação. Os dados climáticos foram obtidos da Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática de Paragominas-PA. A avaliação do efeito dos tratamentos foi feita através de análise de variância, utilizando-se dados de todo o período estudado e comparando-se o efeito das diferentes quadras. Para tanto, os dados foram ajustados em para verificar a existência de diferenças entre os tratamentos e, tiveram a normalidade avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Na existência de diferenças estatísticas foi realizado o teste de Tukey (α=0,05) para a comparação de médias. A análise da influência das variáveis climáticas sobre a população de cada inseto-praga foi feita através de testes de correlação de Spearman (α=0,05). Foram considerados os dados obtidos de temperatura média, umidade média e precipitação. Para os dados de temperatura e precipitação foram calculadas médias dos 7 dias precedentes à cada amostragem. Foi realizado análise multivariada para verificar a ocorrência de correlação entre a população de insetos-pragas, os sistemas de manejo adotado e as variáveis climáticas. Foi previamente fixado erro alfa em 5% para rejeição de hipótese nula e o processamento estatístico foi realizado no programa R versão 4.3.3. Os resultados demonstram que os sistemas de manejo adotados influenciaram as populações de C. includens, que apresentou picos menores em PRO e MIP. A avaliação da correlação entre temperatura, umidade, precipitação e a ocorrência de C. includens em MIP, PRO e TST foi negativa para temperatura e positiva para umidade e precipitação. Entretanto, observou-se que a medida que a temperatura diminui, reduz também a população do inseto. Na análise populacional de lagartas A. gemmantalis, comparando-se os tratamentos MIP, PRO e TST, nos dois anos-safras de estudos, foram observadas diferenças significativas entre os três tratamentos, em 2021, com menores picos populacionais no MIP. Em 2020, não houve diferença populacional de A. gemmtalis sob os tratamentos, apresentando baixos picos populacionais quando comparados a C. includens e a outras regiões produtoras de soja no Brasil. Em relação às variáveis climáticas, foram observadas correlações negativa entre temperatura, precipitação e a população de A. gemmantalis, e correlação positiva entre a umidade e a população do inseto. Entretanto, ressalta-se que a precipitação e a frequência de A. gemmantalis foi inversalmente proporcional, ou seja, os menores níveis de precipitação estão associados à maior ocorrência da praga. A análise populacional de B. tabaci, na comparação entre PRO, MIP e TST, não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos MIP e TST, em 2020. Em 2021, embora tenha havido diferença entre TST e PRO, o MIP não diferiu de nenhum dos tratamentos. Para B. tabaci, independente do estágio de desenvolvimento, ninfas e adultos, são influenciados pelas variáveis abióticas (temperatura, umidade e precipitação). Com relação as ninfas de B. tabaci, nos dois anos-safras, foram observadas diferenças significativas entre PRO com relação aos demais tratamentos, em 2020. Em 2021, diferenças significativas foram observadas entre PRO e TST. Do mesmo modo, maiores picos populacionais foram observados mediante precipitações mais elevadas. A correlação entre a temperatura e a população de ninfas de B. tabaci foi negativa. Porém, relata-se que nesse experimento, variáveis climáticas menores estão associadas a menores populações de ninfas, enquanto maiores, há aumento da população. Na análise multivariada, no ano-safra de 2020, houve correlação positiva entre a presença de C. includens com os tratamentos. Em relação as variáveis climáticas, a temperatura média apresentou resultado inversamente proporcional com a umidade média e a precipitação. No ano-safra de 2021, houve correlação positiva entre a presença de adultos e ninfas de B. tabaci com os tratamentos. Em relação as variáveis climáticas, B. tabaci apresentou correlação negativa com a temperatura média e a precipitação, sendo esta última inversamente proporcional. Os sistemas de manejo adotado influenciaram as populações dos insetos-pragas que foram objeto deste estudo, apresentando menores picos populacionais em PRO exceto para A. gemmantalis no ano-safra de 2020, onde o MIP apresentou melhor resultado. Do mesmo modo, o MIP não diferiu do PRO, em relação a C. includens, ninfas e adultos de B. tabaci, apresentando-se como alternativa viável aos produtores de soja do município de Paragominas. Relata-se que a população das pragas reduziu logo após a aplicação do herbicida, indicando que o mesmo atuou no controle de pragas e, que a população de B. tabaci foi afetada pela presença de epizootias do fungo Aschersonia spp, observado na área, colonizando ninfas e adultos de B. tabaci. A adoção do MIP é uma alternativa viável que além de reduzir custos, pode resolver o problema de resistência desenvolvido por alguns organismos-pragas que foram objetos desse estudo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RODOLFO INACIO NUNES SANTOS - SEMAS
Externo à Instituição - RUY GUILHERME CORREIA - SEDUC/PA
Presidente - 3266519 - TELMA FATIMA VIEIRA BATISTA
Notícia cadastrada em: 29/04/2024 13:48
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