REMOBILIZAÇÃO DE NITROGÊNIO E SISTEMA DE DEFESA ANTIOXIDANTE NA ACLIMATAÇÃO DE PALMA DE ÓLEO A REPETIDOS EVENTOS DE SECA
Óleo de Palma, remobilização de nitrogênio, sistema antioxidante e déficit hídrico.
As plantações de palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) estão sujeitas a períodos repetitivos de déficit hídrico e reidratação devido aos padrões de distribuição e frequência das chuvas que ocorrem no estado do Pará. Nesse contexto, em 2001 verificou-se que 51% da área de cultivo do pólo dendezeiro estão sob moderado risco de eventos de seca. Esses eventos em algumas espécies disparam respostas fisiológicas e bioquímicas que culminam na aclimatação da maquinaria fotossintética e melhoram as respostas das plantas ao estresse. Recentemente, foi demonstrado que plantas de palma de óleo submetidas a três eventos de déficit hídrico apresentaram uma capacidade de aclimatação da maquinaria fotossintética por meio de ajustes na atividade da Rubisco, de enzimas relacionadas à fotorrespiração e ajustes na taxa respiratória, bem como em maiores taxas na biossíntese e atividade de enzimas antioxidantes, de maneira que apresentaram uma atenuação mais satisfatória dos danos oxidativos mediados pelo déficit hídrico, quando comparadas àquelas que foram estressadas uma única vez. Interessantemente, em estudo piloto prévio a este, identificou-se que plantas de palma de óleo cv. Deli x Ghana submetidas a três eventos de estresse hídrico apresentaram senescência de folhas maduras e consequente perda de área foliar total. Por outro lado, essa resposta não foi observada na cv. Deli x Nigeria. Nesse sentido, a hipótese do presente estudo considera que a aclimatação a eventos de déficit hídrico repetitivos envolve respostas na remobilização de compostos nitrogenados de folhas maduras para juvenis como suporte ao sistema antioxidante, e esse processo parece não ser conservado entre híbridos de palma de óleo. Objetiva-se, portanto, avaliar o acúmulo e a remobilização de compostos nitrogenados em dois híbridos de palma de óleo estressadas repetidas vezes e investigar se este processo serve de suporte o sistema de defesa antioxidante a curto prazo em plantas submetidas e ciclos de déficit hídrico e reidratação. O experimento foi conduzido na Universidade Federal Rural da Amazônia, Igarapé-Açú, em viveiro, com dois híbridos (Delhi Ghana e Delhi x Nigéria) adquiridas com 9 meses, cultivadas por 3 meses em vasos de 50 litros, com substrato composto por solo, areia e esterco em proporção 3:2:1, corrigido o pH, feito adubação e controle com pesticidas. Posteriormente, foram submetidas a três tratamentos: Controle, cujas plantas foram irrigadas até a capacidade de campo diariamente durante todo o experimento; WD 1x e WD 3x submetidas a um e três eventos de déficit hídrico respectivamente. Cada tratamento foi constituído de cinco repetições, organizadas em blocos. As análises de potencial hídrico, trocas gasosas e fluorescência, bem como a coleta de material vegetal para análises bioquímicas, foram feitas no dia em que a taxa de assimilação liquida de CO2 se apresentou abaixo de 50%. Como resultado deste estudo, espera-se que seja comprovada a remobilização de compostos nitrogenados de folhas maduras para juvenis e que esse processo favoreça o sistema de defesa antioxidante de palma de óleo submetidas a eventos repetitivos de déficit hídrico.