POTENCIAL BIOESTIMULANTE DE Trichoderma spp. NA CULTURA DO JAMBU
Acmella oleracea; Acmella ciliata; bioestimulante; sistema de cultivo; promoção de crescimento; Amazônia.
O jambu é uma hortaliça folhosa com enorme versatilidade de uso, exibindo potencial tanto para alimentação in natura quanto para exploração industrial. No entanto, sua produtividade varia de acordo com o tipo de manejo adotado no ambiente de cultivo. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial bioestimulante de Trichoderma spp. na promoção de crescimento e produtividade em variedades locais de jambu. Para isso, foi realizado experimento dividido em duas etapas, sendo a primeira para escolha dos bioestimulantes, adotando delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x7+2, com duas repetições, onde o primeiro fator foi composto pelas variedades de jambu e o segundo pelos bioestimulantes, com dois adicionais, sem inoculação. Na segunda etapa, os bioestimulantes selecionados foram testados nas variedades de jambu diretamente em campo. Nesta fase, adotamos o delineamento em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3x4+3, com quatro repetições, estando os fatores compostos por variedades e bioestimulantes. Na fase de seleção dos bioestimulantes foram avaliadas características de desenvolvimento vegetativo e teor de clorofila. Em fase de campo, realizamos a caracterização das mudas bioestimuladas e não bioestimuladas, antes do transplantio. Avaliou-se também dias para início do florescimento, parâmetros fisiológicos, e por ocasião da colheita foram mensuradas características de desenvolvimento e produção de biomassa. Na seleção dos bioestimulantes, Jamb-03 bioestimulado apresentou pecíolos mais longos e maior número de ramificações secundárias, em comparação a Jamb-16. A cepa CBMAI 1622 estimulou pecíolos mais curtos em Jamb-16, diferindo do tratamento controle. Os bioestimulantes possibilitaram crescimento vigoroso das mudas, em comparação aos tratamentos sem inoculação no transplantio. A abertura estomática foi influenciada pela inoculação, porém não verificamos efeito significativo nas demais características fisiológicas. Houve precocidade de florescimento em plantas de Jamb-17 bioestimuladas com MIX. As características de crescimento e produção de biomassa não sofreram efeito dos bioestimulantes, exceto massa seca e produtividade de massa seca da parte aérea, com MIX promovendo incremento de 34,4% na produtividade de massa seca comparado a IBLF 1236. Nas demais características, as diferenças entre as variedades regularam as respostas. Logo, constatamos que a inoculação de Trichoderma spp. em jambu pode promover o desenvolvimento de mudas mais vigorosas, com precocidade de florescimento em campo e acúmulo de biomassa seca. Entretanto, os resultados são condicionados pela especificidade da interação.