"CONTAMINAÇÃO POR ELEMENTOS POTENCIALMENTE TÓXICOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, AMAZÔNIA ORIENTA"
metrópole; índices de poluição; avaliação de risco; Amazônia oriental.
A região metropolitana de Belém (RMB) é um importante polo econômico, cultural e turístico da Amazônia brasileira. Na região, o crescimento da urbanização e do tráfego veicular podem contribuir com o aumento dos níveis de poluentes no ambiente, incluindo elementos potencialmente tóxicos (EPTs). Assim, os objetivos desse estudo foram determinar as concentrações, calcular índices de contaminação e avaliar os riscos ao ambiente e à saúde humana pela exposição a EPTs na RMB. Coletas de solos e poeira de estrada foram realizadas nas principais áreas densamente habitadas dos cinco municípios que compõem a RMB: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara. As concentrações de EPTs foram quantificadas por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado e usadas para estimar índices de contaminação e de riscos ao ambiente e à saúde humana. Tanto nos solos quanto na poeira de estrada, as concentrações de arsênio (As), bário (Ba), cromo (Cr), cobre (Cu), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn) foram acima dos valores naturais para a região, enquanto cádmio (Cd), mercúrio (Hg) e vanádio (V) tiveram
valores abaixo. Os índices de geoacumulação (Igeo) de Cd, Hg e Mo indicaram baixa contaminação, enquanto As, Ba, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, V e Zn apresentaram contaminação variando de alta a extrema. Os resultados do fator de risco ecológico potencial (FR) indicaram baixo risco para todos os EPTs, exceto por As na poeira de estrada, que foi associado a risco moderado. Dos elementos estudados, existe risco não carcinogênico por Mn e Zn para adultos e crianças e Cr somente para crianças. Além disso, existe risco carcinogênico por As, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb e Zn para adultos e crianças e Co apenas para crianças. Os resultados desse estudo poderão ser adotados para a definição de medidas de proteção da qualidade do ecossistema e da saúde pública na RMB. Novas análises serão realizadas para caracterizar os impactos por EPTs de maneira mais robusta, incluindo o biomonitoramento e a determinação da biodisponibilidade e bioacessibilidade desses contaminantes na RMB.