PPGAGRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA ICA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: ELIDETH PACHECO MONTEIRO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELIDETH PACHECO MONTEIRO
DATA : 22/11/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Sala virtual
TÍTULO:

SUCESSÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR E PESCA ARTESANAL: UMA ANÁLISE NA REGIÃO BRAGANTINA, NORDESTE PARAENSE


PALAVRAS-CHAVES:

Processo Sucessório; Pequeno Produtor; Desenvolvimento Rural; Jovens Rurais; Desigualdade de gênero.


PÁGINAS: 165
RESUMO:

A permanência e a sucessão na pesca artesanal e nas pequenas propriedades na agricultura familiar, representam um desafio ao desenvolvimento rural e social. Cada vez menos jovens têm apresentado interesse em permanecer no campo, menor ainda é sua vontade em dar continuidade nas atividades desenvolvidas pelos pais. Compreender o cenário em que se encontra o processo de sucessão familiar dessas atividades, buscar alternativas que possam minimizar o êxodo rural e contribuir para a permanência dos jovens no campo, tornam-se necessárias e urgentes, uma vez que, essas questões ameaçam a geração de renda e empregos e a produção local de alimentos. Para o estudo foram escolhidos municípios pertencentes a mesorregião Nordeste Paraense, pelas suas características rurais alicerçadas na agricultura familiar e na pesca artesanal. A tese está composta por quatro capítulos. O capítulo II constituiu-se de uma revisão sistemática da literatura, realizada de acordo com a diretriz PRISMA, de onde partiu a identificação, triagem e a inclusão dos trabalhos aptos a análise, que resultou em 87 artigos relevantes para o tema. Para a construção dos outros três capítulos foram elaborados modelos distintos de questionários direcionados aos gestores dos estabelecimentos agrícolas e a seus filhos, totalizando uma amostra de 280 participantes pertencentes aos municípios de Bragança, Viseu e Augusto Corrêa, localizados na região Bragantina do estado do Pará, a fim de conhecer as percepções dos possíveis sucessores e identificar as expectativas dos chefes dos estabelecimentos rurais sobre a sucessão geracional nas unidades produtivas. Os artigos que compuseram os capítulos III e IV fizeram uso de dados quantitativos e qualitativos, desenvolvido a partir de análises descritiva, enriquecidos com procedimentos da pesquisa bibliográfica e documental. O capítulo V, utilizou as diretrizes da Q-Methodology, desenvolvida em quatro etapas principais: Concourse e seleção da amostra sobre o assunto específico (Q-Set ou Q-Sample); amostragem dos participantes (P-Set); aplicação da metodologia (Q-Sort) e (4) análise fatorial e estatística descritiva. Após análises, constatou-se no capítulo II que os estudos concentram-se principalmente na opinião do agricultor principal e de jovens agricultores, e desconsidera os demais membros da família, em especial as mulheres. Observou-se que a região Sul abrange 67,4% das publicações com destaque para o Rio Grande do Sul, enquanto o estado do Pará representa 3,37%. Os artigos destacam que a valorização da agricultura, a produção diversificada, pluriatividade, participação do jovem na tomada de decisão e o apoio familiar estimulariam a sucessão geracional, enquanto as dificuldades financeiras e de acesso a crédito, o processo sucessório sem planejamento, ausência de políticas públicas, desigualdades de gênero e escassez de assistência técnica rural são os principais fatores que influenciam negativamente o processo sucessório. No que concerne aos capítulos III e IV observou-se que o anseio dos jovens em abandonar o campo é influenciado principalmente pelo desejo utópico quanto a autonomia financeira (21,7%), aliado a penosidade das atividades produtivas (16,7%), a falta de investimentos nas unidades produtivas (15,4%) e o baixo retorno econômico (12,2%) proveniente da pesca artesanal e da agricultura. Adicionalmente eles recebem, na maioria das vezes, apoio dos pais para o abandono, os quais afirmam não querer que os filhos continuem nas atividades, pois as consideram desgastantes (55,8%). O cenário aponta que os principais condicionantes para permanência dos jovens nos estabelecimentos rurais é o seu orgulho pela profissão de seus pais (41,7%), seguido pela valorização da atividade (26,7%) e pela expectativa de renda (21,7%), mas os possíveis sucessores atribuem também que o incentivo (55%) e maior abertura dos gestores para a tomada de decisão nas atividades (56,7%) poderia influenciar positivamente sua permanência. Por sua vez, os responsáveis familiares acreditam que fatores como gostar de viver no meio rural (34,2%) e ser dono do próprio negócio (28,3%) possa favorecer a reprodução social dessas famílias. Por fim, constatou-se que 88,3% dos responsáveis familiares ainda não tinham ouvido falar sobre esse termo, tão pouco receberam qualquer orientação (99,2%). Em suas percepções, os filhos não querem mais permanecer nas atividades (50,9%) e talvez, por conta disso, eles ainda não conseguiram definir um sucessor (52,5%), optando por incentivar cada vez mais seus filhos a migrarem e buscar melhores condições de vida em cidades mais desenvolvidas. O capítulo V, destacou sete principais pontos de vista, no que concerne à sucessão na perspectiva das moças, sendo eles: condições de trabalho, condições de vida, atratividade de socialização, apoio familiar, organizações associativas, amparo institucional e atratividade do meio rural e autonomia financeira. Desse modo, conclui-se que, falta incentivo dos pais e preparação para o processo sucessório, falta interesse por parte dos jovens, bem como há necessidade de políticas públicas através da atuação dos órgãos responsáveis, que ofereçam condições para estimular essas moças e rapazes, por meio de alternativas que lhes promova perspectivas de prosperidade e então ascensão socioeconômica, favorecendo sua permanência no campo e então a manutenção e desenvolvimento dessas atividades.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1743866 - MARCOS ANTONIO SOUZA DOS SANTOS
Interna - 1646423 - CYNTIA MEIRELES MARTINS
Externa à Instituição - JANAYNA GALVÃO DE ARAÚJO - UEAP
Externo à Instituição - MARCOS FERREIRA BRABO - UFPA
Externa à Instituição - MARIA LUCIA BAHIA LOPES - Unama
Notícia cadastrada em: 19/10/2023 15:35
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação - (91) 3210-5208 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa1.sigaa1