"NUTRIENTES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE PILOCARPINA EM PLANTAS DE JABORANDI"
Nutrição de plantas. P. microphyllus. Pilocarpina.
As espécies do gênero Pilocarpus, popurlamente conhecido como Jaborandi, são plantas que produzem a substância pilocarpina (alcaloide), utilizada na indústria farmacêutica. No Pará, a espécie Pilocarpus microphyllus é a mais importante, por possuir a maior concentração de pilocarpina, podendo ser encontrada nas proximidades da Floresta Nacional dos Carajás (FLONA). O seu cultivo em áreas plantadas ainda é complexo, pois a principal dificuldade é entender os fatores que favorecem a maior produção desta substância, permeando também aspectos nutricionais ainda pouco esclarecidos. Neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo avaliar os nutrientes que influenciam a produção de pilocarpina em plantas de jaborandi. Para isto, foram conduzidos duas pesquisas, na primeira foram realizadas coletas de plantas de P. microphyllus e solo em áreas da Floresta Nacional de Carajás, onde foram correlacionados os parâmetros químicos do solo e teores de nutrientes foliares com a produção de pilocarpina. E no segundo ensaio, plantas de jaborandi foram submetidas a cinco doses de N (0; 90; 180; 270 e 360 mg/kg-1 de N), com dez repetições. As características avaliadas foram abiomassa, teor de pilocarpina, trocas gasosas e teores de nutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Zn e Cu). Os resultados encontrados no primeiro estudo mostram que por meio da análise multivariada, o modelo que melhor previu a produção de pilocarpina foi composto por N foliar, Mg foliar, Fe do solo (preditores positivos), S do solo e P foliar (preditores negativos). Quanto aos efeitos das doses de nitrogênio, os resultados apontam que o maior aporte nitrogenado acarretou contínuo ganho no rendimento de biomassa, maior absorção de nutrientes (Fe, Zn e N), e mesmo que muitos parâmetros de trocas gasosas tenham sido alterados, as plantas de jaborandi foram capazes de manter os processos metabólicos. Foram detectadas presença de pilocarpina em toda a parte da planta, destacando o tecido foliar com a maior quantidade de pilocarpina e sugerindo uma possível rota biossíntetica, iniciada na raiz, sendo estimulada pela presença marcante do ferro e nitrogênio radicular.