CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM MODELO AGROMETEOROLÓGICO PARA CULTURA DO FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata (L.) WALP.), NAS CONDIÇÕES DO NORDESTE PARAENSE
modelagem; feijão-caupi; IAF; interceptação de radiação; resistência foliar; rendimento; simulação
Dentre as leguminosas, o feijão caupi destaca-se pela sua rusticidade, sendo cultivado principalmente nas regiões áridas e semiáridas da África, América e Ásia. Seus elevados níveis de proteínas, minerais e fibras, aliada a sua, ampla, capacidade de adaptação a ambientes com limitações hídricas fazem desta cultura uma ótima alternativa de combate à fome no mundo. Atualmente é cultivado em praticamente todas as regiões do Brasil, tendo a produção concentrada na região Nordeste com alguma expressividade no Norte, onde o Estado do Pará é o maior produtor, tendo o nordeste paraense como polo produtivo, detentor de mais de 50% da produção Estadual. Apesar de toda relevância do caupi para Estado do Pará, a produção e produtividade tem apresentado redução desde 2003, devido a vários problemas relacionados a questões de ordem técnica, comercial, política e, principalmente, climática. Neste cenário a utilização de modelos agrometeorológicos capazes de simular o crescimento e desenvolvimento de culturas, torna-se uma excelente ferramenta, capaz de minimizar problemas de natureza climática e organizacional. De acordo com o exposto a presente pesquisa objetivou calibrar um modelo matemático relativamente simples, com robustas equações, capazes de simular a produtividade e o desenvolvimento do feijão caupi em função de variáveis climáticas. Para isso foi realizado um experimento de campo no ano de 2011 para gerar parâmetros de crescimento e desenvolvimento em função de variáveis meteorológicas, essenciais a estrutura do modelo. Medidas de resistência estomática foliar foram realizadas para o cálculo da evapotranspiração da cultura, estimada pelo modelo, cujo processo se deu pelo ajuste de uma equação de resistência foliar em função da temperatura do ar, déficit de pressão de vapor e radiação solar global. Após a etapa de calibração do modelo os resultados simulados foram comparados com os medidos em um experimento independente realizado no ano de 2012. O modelo simulou satisfatoriamente a evolução do índice de área foliar; produção de massa seca total, acima do solo; enchimento de legume e produtividade, a julgar pelos valores de RMSE de 31,07%; 10,74%; 20,47% e 3,17% respectivamente e elevados coeficientes de concordância (d) superiores a 0,96.