ELEMENTOS POTENCIALMENTE TÓXICOS EM SOLO DE MINA DE OURO TRATADO COM BIOCARVÃO MAGNETIZADO COM FERRO
Biochar. Ipomea asarifolia. Solos multicontaminados. Remediação
A crescente poluição ambiental nas últimas décadas vem tornando os elementos potencialmente tóxicos (EPTs) uma ameaça constante aos ecossistemas terrestres e aquáticos devido, à sua persistência no meio e seus efeitos deletérios para o ambiente e saúde humana. O uso de biocarvão e espécies tolerantes a EPTs e sua utilização nos processos de remediação do ambiente tem despertado grande interesse da pesquisa, visto serem técnicas economicamente viáveis e ecologicamente corretas. O objetivo foi avaliar a influência do biocarvão de caroço de açaí não magnetizado (BC) e magnetizado com ferro (BFe) na disponibilidade de EPTs, de um solo multicontaminado de área de mineração, na Amazônia. O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia, em esquema fatorial sete tratamentos e quatro repetições): T1= solo contaminado (SC), T2= solo de mata (SM), T3= SC+SM, T4= SC+SM+BC, T5= SC+SM+BFe, T6=SC+BC, T7= SC+BFe. O BC elevou o pH dos tratamentos enquanto que o BFe reduziu o pH. A aplicação dos biocarvões aumentaram os teores totais de Ca, Mg, P e K no solo. No entanto, não foram disponibilizados devido a adsorção desses elementos na superfície dos biocarvões. Os biocarvões afetaram a mobilidade de EPTs no solo, aumentando os teores na fração oxidável (ligada a matéria orgânica). As plantas cultivadas com os biocarvões apresentaram menor rendimento de matéria seca, além de maior concentração de EPTs e menor teor de nutrientes. Isso sugere que os EPTs ligados a fração oxidável foram solubilizados pela decomposição dos biocarvões, resultando na maior absorção pelas plantas.