AGRICULTURA URBANA NO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA (PA): UMA AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ADOTADOS NO BAIRRO DO CURUÇAMBÁ
Agricultura Urbana e Periurbana, Comercialização Agrícola, Empreendedorismo, Meio Ambiente Urbano.
A pesquisa analisa a influência dos aspectos socioeconômicos, capacidade empreendedora dos gestores, nível tecnológico adotado nos sistemas de produção agrícolas e nas estratégias de comercialização empregadas pelos agricultores urbanos do bairro do Curuçambá (município de Ananindeua, no estado do Pará). Além disso, por se tratar de um estudo que envolve a esfera urbana e a agricultura, contemplou-se os fatores agravantes (com realce para a criminalidade) gerados pelo processo de urbanização das cidades amazônicas que afetam o panorama de produção, comércio e empreendedorismo da AUP na localidade. Por meio de documentos oficiais e do geoprocessamento de imagens aéreas do Google Sattelite, no programa QGIS las palmas 2.18.24, estimou-se a população envolvida com a prática de agricultura urbana no bairro que foi quantificada em 120 empreendimentos. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário com perguntas semiestruturadas, aplicado junto aos atores participantes do estudo. A amostra foi composta por 23 membros da Cooperativa dos Produtores da Gleba Guajará (COPG) e 40 agricultores urbanos não cooperados, contabilizando um total de 63 entrevistados, que representam 52,50% do universo de empreendimentos existentes no bairro. A análise de dados utilizada é baseada nas metodologias de estatística descritiva como distribuição de frequências, teste de média e correlação de Pearson. Os resultados preliminares mostram que 63,5% dos entrevistados tem grau de escolaridade máximo até o ensino fundamental completo, com renda familiar média mensal de 1 a 2 salários mínimos (R$ 954,00 a R$ 1.908,00) para 50,79% da amostra, sendo que 88,89% dos entrevistados tem a agricultura como sua ocupação principal. A agricultura urbana praticada é predominantemente desenvolvida em sistemas de produção extensivos e semiextensivos, fazendo uso de defensivos agrícolas e tecnologias rudimentares para reposição dos nutrientes do solo. Entretanto, observam-se movimentações nos negócios agrícolas para utilização de tecnologias mais aprimoradas como o cultivo protegido em túneis e suspensos em casas de vegetação, além da implementação de sistemas que se abstém do uso do solo como: aquaponia e hidroponia. Os principais itens produzidos são os hortifrutigranjeiros, que são comercializados principalmente com os atravessadores e comerciantes, ou transportados para feiras da Região Metropolitana de Belém como PAAR, Cidade Nova 4, Entroncamento e Ver-o-Peso. A comercialização, em alguns casos, também é realizada por meio de negociações com as iniciativas públicas e privadas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Redes de Supermercados, respectivamente.