BALANÇO DE ENERGIA E EXIGÊNCIAS TÉRMO-HÍDRICAS DO AÇAIZEIRO IRRIGADO NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO NORDESTE PARAENSE.
Euterpe Oleracae Mart., temperaturas cardinais, graus-dia, balanço de energia, razão de Bowen, evapotranspiração.
Os principais objetivos foram determinar as temperaturas basais, as necessidades térmicas e a duração dos principais estádios fenologicos reprodutivos do açaizeiro, assim como determinar e avaliar o particionamento do balanço de energia no açaizeiro irrigado durante a fase reprodutiva nas condições climáticas do nordeste do Pará, Brasil. O experimento foi realizado em um plantio de açaizeiro de 10 hectares, entre os anos de 2017 e 2019, onde foi instalada e instrumentada uma torre micrometeorologica no centro da área experimental para o monitoramento de variáveis meteorologicas, além de realizar o acompanhamento semanalmente da fenologia desde a pré-floração até a maturação total dos frutos nos municípios de Capitão Poço e Castanhal. Posteriormente, avaliaram-se as temperaturas basais superiores e inferiores através do método dos graus-dias, bem como as durações e as exigências térmicas. O balanço de energia foi obtido através do método da razão de Bowen, e a energia disponível foi particionada em fluxos de calor para o solo, de calor sensível, de calor latente e de fluxo armazenado no dossel vegetal. A variação das condições meteorologicas ao longo do ciclo do açaizeiro proporcionaram que os estádios fenologicos apresentassem diferentes temperaturas basais assim como diferentes exigências térmicas, sendo que o estádio de floração apresentou-se como o mais sensível com amplitude térmica entre Tb e TB de 18,73 °C enquanto que o período de maturação apresentou amplitude de 21,71 °C. A duração total do ciclo foi de 316 dias com exigência térmica total de 4545,98 graus-dias. A simulação da fenologia reprodutiva do açaizeiro pela teoria dos graus-dias mostrou se um método eficiente, apresentando erros de estimativa de no máximo 11,89% para o ciclo da cultura. Com relação, ao consumo de energia disponível o estádio de floração foi o que mais apresentou maior consumo de LE com 68%, já na maturação do fruto que foi consumido menos LE atingiu-se os 63%; o fluxo de calor sensível foi de 31% na maturação e 27% na floração; e o fluxo de calor no solo apresentou pouca variação ao longo do ano com média de 4,33% para o ciclo. O efeito do calor armazenado no dossel do açaizeiro é irrelevante quando comparado com os outros componentes do balanço de energia por representar apenas 0,16% da energia disponível.