Estudo da autocorrelação espacial e distribuição espaço-temporal do Amarelecimento Fatal em diferentes materiais genéticos de palma-de-óleo, no município de Acará/PA.
Geoestatística, Amazônia Oriental, Produção Orgânica
A palma-de-óleo (Elaeis guineensis Jacq.) é uma cultura agrícola muito importante como fonte de óleo vegetal mundial. Apesar de ainda ser pouco expressiva no país, o Brasil tem um potencial gigantesco de crescimento desta cultura, principalmente na região Amazônica, sem haver a necessidade de desmatamento de novas áreas. Entretanto um dos principais entraves fitossanitários para seu desenvolvimento na região tem sido o Amarelecimento Fatal, doença de causa ainda desconhecida, mas que tem devastado muitas plantações. Desta forma, este trabalho objetivou estudar a evolução da doença em campo, por meio do estudo da dispersão espacial e temporal do AF e da sua autocorrelação espacial, em plantas de palma-de-óleo de diferentes idades e materiais genéticos, em sistema de produção orgânica, no município de Acará/PA. Os materiais genéticos testados na área inicialmente foram Avros, Deli x Lamé e Deli x Lamé (EMBRAPA). As plantas foram monitoradas mensalmente com a finalidade de identificar plantas atacadas pelo AF. Utilizando o centroide das parcelas foi feito o estudo da distribuição espaço-temporal da variável número de plantas doentes por parcela. Através do índice de Moran foi possível observar a presença de autocorrelação espacial positiva para esta variável, identificando áreas de clusters de alta e baixa incidência da doença, além de outliers, o que auxiliaria no manejo da doença. Em seguida foi feito um estudo isolando cada material genético e para os três materiais o modelo de distribuição que mais se ajustou foi o Gaussiano. O Índice de Dependência Espacial para o material Avros foi predominantemente moderado, enquanto que para os materiais Deli x Lamé e Deli x Lamé (EMBRAPA) foram fortes. O alcance variou entre os materiais, apresentando maior valor médio para o Avros (2.939 metros), seguido pelo Deli-Lamé (2.169 metros) e por fim, 853 metros para Deli-Lamé (Embrapa).