CONTROLES BIOFÍSICOS DA EVAPOTRANSPIRAçÃO EM CULTIVO DE FEIJÃO-CAUPI IRRIGADO NO NORDESTE PARAENSE, BRASIL
fator de desacoplamento, Vigna unguiculata (L.) Walp, condutância estomática.
O feijão-caupi (Vigna ungüiculata (L.) Walp.) é uma das principais leguminosas cultivadas no Brasil, contudo, a cultura apresenta uma produtividade média baixa, sobretudo devido as condições relacionadas ao clima que representam um dos principais fatores limitantes a produtividade desta cultura. Apesar do feijão-caupi ser uma espécie relativamente tolerante a seca, o déficit hídrico pode ocasionar considerável redução na produtividade, caracterizando-se como uma das maiores barreiras para a consolidação da cultura no país. A troca de vapor d’água entre a cultura e a atmosfera é controlada pelas condições climáticas e as características da superfície. Por isso, objetivou-se através do presente estudo, analisar as variações do fator desacoplamento da atmosfera para o feijão-caupi irrigado durante os estádios fenológicos reprodutivos da cultura no nordeste paraense. O estudo foi conduzido no município de Castanhal, nordeste do estado do Pará, em cultivo de feijão-caupi cv. BR3-Tracuateua, nos anos de 2013, 2014 e 2015 submetidos à quatro tratamentos de lâminas de irrigação. Os dados meteorológicos foram coletados por sensores instalados em uma torre micrometeorológica instalada na área experimental. Foram monitoradas as seguintes variáveis meteorológicas: temperatura e umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, precipitação e umidade do solo. Foi estimada por meio do fator de desacoplamento (Ω) a interação biosfera-atmosfera nos processos de evapotranspiração vegetal que permite distinguir os fatores que influenciam a troca de vapor d’água com a atmosfera. Os valores de Ω foram sempre maiores que 0,5 para todos os tratamentos testados e nos três anos de estudo, evidenciando um desacoplamento de moderado a alto entre a cultura e a atmosfera, de modo que o processo de troca de vapor d’água foi controlado pelo suprimento de energia, ao invés do controle estomático. Porém, para o tratamento sem irrigação esse controle foi menos expressivo.