FUNGOS NATIVOS DA AMAZÔNIA PROMOVEM CRESCIMENTO EM DUAS CULTIVARES DE AÇAIZEIRO
Euterpe oleracea, bioestimulantes, fotossíntese
O açaí (Euterpe oleracea) tem ganhado destaque nacional e internacional, ampliando seu mercado antes fortalecido pelo consumo regional, tal fato impulsiona a procura por mudas de qualidade, entretanto o crescimento lento e a alta demanda por água e nutrientes dessa palmeira torna a produção de mudas limitadas, mostrando assim a necessidade de implementação de novas tecnologias que possam atender a demanda do novo mercado. O objetivo da pesquisa foi avaliar a promoção de crescimento em mudas de duas cultivares de açaizeiro inoculadas com fungos nativos da Amazônia. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com o esquema fatorial duplo 2x3, sendo duas cultivares de açaizeiro (BRS Pará e Chumbinho) e 3 inoculações (UFRA_Ma62, UFRA_Bb05 e controle) para formar 6 tratamentos com 4 repetições cada um. Os dados foram submetidos à análise de variância e quando significativos as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05). A inoculação dos fungos Amazônicos promoveu o crescimento das cultivares de açaizeiro. O destaque foi para a inoculação de UFRA_Ma62 na cultivar BRS Pará que aumentou em 40% a altura, em 63% o diâmetro do coleto, em 53% a área foliar, em 46% o comprimento da raiz e 96% o volume radicular em comparação ao controle. Esses ganhos biométricos foram associados com aumentos de 112% na biomassa de parte aérea, em 120% na biomassa de raiz e em 115% na biomassa total. As trocas gasosas também melhoraram na BRS Pará inoculada com UFRA_Ma62, os aumentos foram de 74% para a fotossíntese líquida, 81% para a eficiência de carboxilação e em 43% para o uso eficiente da água em comparação ao controle. A eficiência fotoquímica acompanhou as trocas gasosas com ganhos de 34% para o teor de clorofilas e regulação da dissipação térmica com diminuição de 127% na perda por calor (NPQ) em comparação ao controle. Os pigmentos antioxidantes foram maiores nas mudas inoculadas com os fungos Amazônicos. O UFRA_Ma62 induziu aumentos de 50% para antocianinas e 79% para flavonoides na BRS Pará. Os maiores teores de carotenoides foram destaques para Chumbinho inoculada com UFRA_Ba05, que aumentou em 106% em comparação ao controle. Portanto, a inoculação dos fungos UFRA_Ma62 e UFRA_Ba05 promove o crescimento das duas cultivares de açaizeiro, com destaque para a BRS Pará inoculada com UFRA_Ma62 que induziu respostas morfofisiológicas e bioquímicas mais contundentes. Os resultados revelam possível modulação no desempenho fotossintético para maximizar a fixação de CO2, a qual é necessária para sustentar o maior crescimento. A inserção dos fungos amazônicos no sistema de produção de mudas pode contribuir para acelerar o crescimento, diminuir o tempo de viveiro e aumentar a disponibilidade de mudas para campo.