"SAÚDE DO SOLO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE PALMA DE ÓLEO NA AMAZÔNIA ORIENTAL"
carbono lábil do solo; dendezeiro; qualidade do solo; solo degradado.
Sistemas agroflorestais (SAFs) são reconhecidos por promover melhoria da saúde e aumento do estoque de carbono (C) do solo. Na região Amazônica, SAFs com palma de óleo têm sido cultivados como estratégia produtiva e de recuperação de áreas degradadas. No primeiro capítulo, avaliamos dois SAFs com palma de óleo que diferem no nível de diversidade de espécies: maior diversidade (SAF-B) e menor diversidade (SAF-A). Usamos uma floresta em regeneração (FOR) como referência. Nas camadas 0-10, 10-20 e 20-30 cm do solo, avaliamos indicadores químicos: acidez ativa (pH), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), fósforo (P), alumínio (Al); (b) indicadores físicos: densidade (DS) e estabilidade de agregados (AGREG) e; (c) indicadores biológicos: carbono oxidável por permanganato (CPOX), carbono orgânico particulado (COP), teor e estoque de carbono orgânico do solo (COS) e estoque de raízes (RAIZ). Os valores dos indicadores biológicos na camada 0-10 cm, especialmente os indicadores de C, foram mais altos nos SAFs do que na floresta, encontramos o mesmo padrão para os indicadores químicos. Os indicadores físicos não apresentaram um padrão específico de variação; a AGREG foi maior na floresta do que nos SAFs em no perfil do solo e densidade foi maior no SAF-B e FOR em comparação ao SAF-A em 20-30 cm. Portanto, os SAFs com palma de óleo melhoram a saúde química e biológica do solo, especialmente nas camadas mais superficiais, mas não melhoram a saúde física do solo em relação à floresta. No segundo capítulo, avaliamos a atividade das enzimas Betaglucosidase (Beta) e Arylsulfatase (Aryl), CPOX, respiração microbiana (RM), matéria orgânica do solo (MOS) e COS em três sistemas de cobertura do solo (SAF com palma de óleo, monocultivo de palma de óleo e floresta) e nas zonas de manejo (ZM) dos sistemas de palma de óleo (carreadorCAR, área de coroamento da palma de óleo-ACP, empilhamento de folhas-PIL e faixa diversificada-DIV). Encontramos melhores níveis desses indicadores de saúde do solo nos SAFs em comparação a floresta e monocultivo; e níveis superiores na PIL, intermediários na DIV e ACP e inferiores no CAR. Nossos resultados para COS, Beta, Aryl e CPOX indicam que SAFs promovem melhor saúde do solo em comparação com o monocultivo e a floresta. Esses indicadores mostram que as ZM com maior aporte de C (PIL, DIV e ACP) melhoram a saúde do solo. Em geral, Beta, Aryl, CPOX e COS foram mais sensíveis que RM e MOS para diferenciar os sistemas de cobertura do solo e as ZM. No terceiro capítulo, avaliamos o incremento de CPOX e COS entre 2018 e 2022 nos SAFs, monocultivo e floresta; e nas ZM. Nossos resultados para CPOX e COS mostram 17 que os SAFs apresentam maior incremento na saúde do solo a curto prazo em comparação ao monocultivo. Em relação às ZM, as zonas dos SAFs apresentaram incremento em CPOX e COS, diferente do monocultivo, onde a saúde do solo das ZM não mudou ou decresceu. De modo geral, o CPOX foi mais sensível para identificar diferenças nos incrementos da saúde do solo nos sistemas de cobertura do solo e nas zonas de manejo. A associação da adubação orgânica com a diversidade de espécies nos SAFs foi a principal responsável pelo incremento de curto prazo na saúde do solo nesse sistema em comparação ao monocultivo. Apesar dos resultados positivos para os SAFs, mais pesquisas são necessárias para avaliar mudanças de longo prazo na saúde do solo nesses sistemas de cultivo, visto que o ciclo de plantio da palma de óleo dura aproximadamente 25 anos. Contudo, nossos resultados sugerem que o cultivo de palma de óleo em SAFs pode ser uma alternativa mais sustentável que o monocultivo e tem grande potencial para incrementar a saúde do solo.