RIZOBACTÉRIA E FERTIACTYL GZ® AUMENTAM A TOLERÂNCIA AO DÉFICIT HÍDRICO E MELHORAM A REIDRATAÇÃO DE MUDAS DE AÇAIZEIRO
Euterpe oleracea Mart. Bioestimulantes, Tolerância, Seca, Recuperação hídrica.
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), de origem nativa da América do Sul, é considerado uma palmeira de grande importância econômica na região amazônica. A alta sensibilidade ao déficit hídrico limita a produção de mudas e dificulta a expansão de plantios comerciais. Os bioestimulantes podem ser utilizados como uma estratégia eficiente para diminuir as perdas de mudas, pois aumentam a tolerância aos efeitos negativos do déficit hídrico (DH) e ajudam as plantas na recuperação após reidratação. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito dos bioestimulantes Bacillus subtilis (BS) e Fertiactyl GZ® (BC) nas alterações das trocas gasosas, estresse oxidativo e acúmulo de osmorreguladores provocados pelo déficit hídrico e analisar a capacidade das mudas bioestimuladas na recuperação hídrica após período de déficit hídrico. O experimento ocorreu na casa de vegetação do prédio de solos da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA, em Belém, Pará. O estudo foi dividido em dois capítulos, sendo o primeiro referente à imposição do déficit hídrico com 4 tratamentos e 6 repetições. Os tratamentos foram compostos por plantas não inoculadas (controle) e inoculadas com BS, BC e BS + BC, os quais foram avaliados em condição de plena irrigação e após 7 e 14 dias de suspenção hídrica. Aos 7 dias de déficit hídrico, as mudas bioestimuladas com BC, aumentaram respectivamente, 76%, 100%, 39% e 75% a A, gs, E e A/Ci. Aos 14 dias de déficit hídrico, plantas com BC e BS+BC aumentaram em 71% e 35% a A; 100% e 63% a gs; 75% e 25% a A/Ci e com BC, 64% a E, em relação ao controle. Aos 14 dias de suspensão hídrica, o Ψw foi maior em 24% e 35% nas mudas bioestimuladas com BS e BC, em relação às não-bioestimuladas. O teor de prolina foi maior nas mudas bioestimuladas, sendo mais expressivo nas plantas com BS, 75% maior que o controle. Aos 14 dias de DH, o teor de MDA das plantas controle foi maior estatisticamente a todas as médias das plantas bioestimuladas. A maior atividade enzimática da SOD e CAT foi encontrada para BC e BS+BC e da enzima APX para o tratamento BS+BC. O objetivo do segundo capítulo foi avaliar o desempenho fotossintético e fisiológico de mudas de açaizeiro após reidratação e foi composto por 5 tratamentos e 6 repetições. Os tratamentos foram BS, BC, BS + BC e plantas não-bioestimuladas (controle DH e controle IRR), os quais foram avaliados em condição de recuperação hídrica aos 0, 7 e 14 dias de reidratação. Aos 7 dias de reidratação, comparadas ao controle DH, todas as plantas bioestimuladas tiveram estatisticamente maiores médias de A e A/Ci. Plantas com BC aumentaram 101% A e 100% A/Ci. Quando comparados ao controle IRR, todos os tratamentos apresentaram estatisticamente menores médias de A, gs, E e A/Ci. Aos 14 dias de reidratação, plantas inoculadas com BC e BS+BC apresentaram, respectivamente, 20,2% e 25,3% maior A; 29,4% e 35,3% maior A/Ci, em relação ao controle em DH. Em comparação ao controle IRR, plantas bioestimuladas apresentaram estatisticamente a mesma média de A e A/Ci. Mudas de açaizeiro bioestimuladas com BS, BC e BS+BC acumularam mais prolina do que as plantas controle DH e IRR, aos 0 e 14 dias de reidratação. Aos 14 dias de déficit hídrico, os teores de MDA em plantas controle aumentaram 20,3% em relação às plantas com BC. O tratamento BS+BC apresentou maior atividade para as enzimas SOD, CAT e APX em 49,6%, 160% e 75,5% superior ao controle DH, respectivamente. A aplicação de BC e BS+BC pode ser uma alternativa eficiente para diminuir as perdas de mudas de açaizeiro em viveiros não irrigados ou localizados em regiões com períodos de restrição hídrica definidos e pode contribuir para aumentar a disponibilidade de mudas para campo mais tolerantes ao déficit hídrico.