"RESÍDUOS ORGÂNICOS PARA ENRIQUECIMENTO DO ESTÉRIL EMPREGADO NA CONSTRUÇÃO DE TECNOSSOLO EM MINA DE BAUXITA"
estéril de mineração de bauxita; tecnossolo; guandu; recuperação de área degradada; resíduos orgânicos
Um dos maiores desafios da mineração de bauxita é garantir o restabelecimento da vegetação da área pós lavra do minério. O desafio é intensificado nos casos em que o topsoil não é disponível para a construção do solo de mina, fazendo-se necessária a busca de tecnologias para a melhoria do estéril e assim garantir as condições do estabelecimento vegetal e, consequentemente, obter a cobertura do solo nos estágios iniciais de recuperação da área minerada. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi encontrar a dose e a fonte mais eficiente de matéria orgânica (M.O.) a ser incorporada ao substrato para promover a melhoria dos atributos físicos e químicos do estéril e garantir o desenvolvimento da planta indicadora. MATERIAIS e MÉTODOS: Foram utilizadas duas fontes de M.O. a saber: resíduos de madeira da supressão (MS) e resíduos do refeitório (RF) oriundos das atividades da empresa, em três dosagens 10, 20 e 40 t/ha-1 e uma testemunha (TT), o que compôs sete tratamentos com 5 repetições, dispostos em DBC. Como planta indicadora utilizou-se o feijão guandu (Cajanus cajan). Os parâmetros avaliados foram os atributos físicos: Densidade (Ds) e Porosidade Total (Pt) e; Atributos químicos nas camadas 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 cm. As variáveis relacionadas à planta indicadora foram: biomassa seca e altura aos 7 e 15 meses de condução do experimento. Os dados foram submetidos à ANOVA e as médias comparadas por Tukey a 5% no programa Rstudio. RESULTADOS: Em ambos períodos de amostragem (7 e 15 meses), as doses de 20 e 40t/ha-1 RF e 40 t/ha-1 de MS proporcionaram acréscimo significativo de altura e aumento de biomassa seca da planta com relação à TT. Das variáveis químicas foram detectadas diferença estatísticas para o carbono orgânico (Corg) e para a CTC potencial na camada 0-5cm (p-valor < 0,05). Para o Corg os tratamentos 40 t/ha-1 MS e 40 t/ha-1 RF foram as doses maximizadoras, logo, diferenciam da TT. Em relação à CTC do solo, somente a dosagem de 40 t/ha-1 MS se diferenciou estatisticamente de TT somente na camada superficial aos 7 meses. Para os outros atributos químicos e nas demais profundidades analisadas não houve diferenças estatísticas de TT. Até o final do período experimental a Ds e Pt não responderam às doses e fontes de M.O. utilizadas. CONCLUSÕES: Os tratamentos com fontes de matéria orgânica nas doses de 20 e 40 t/ha-1 RF e 40 t/ha-1 MS proporcionaram ganhos de altura e biomassa seca da planta indicadora, apresentando o melhor desempenho até o fim do ciclo experimental; A incorporação de 40 t/ha-1 MS e 40 t/ha-1 RF ao estéril apresentou efeito positivo no Corg em ambos períodos amostrais e MS 40 t/ha-1 afetou positivamente a CTC apenas aos 7 meses; Portanto, as doses de 20 e 40 t/ha-1 e RF e 40 t/ha-1 misturadas ao estéril são as mais promissoras para o aumento do conteúdo de carbono no solo e produção de biomassa seca.