"IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS ORIUNDAS DE FLORESTA REMANESCENTE EM ÁREA DE MINERAÇÃO NA AMAZÔNIA ORIENTAL"
morfologia foliar, DNA, ITS, nome vulgar, Amazônia.
A associação de nomes científicos às plantas, a partir de nomes vulgares, tem recorrido com muitos erros na validação de muitas espécies em ambientes florestais. Poucos dados morfológicos associados e sem conhecimento consistente de morfologia vegetal tem sido a principal causa do elevado número de erros. Com isso, o uso de técnicas moleculares tem sido utilizado como ferramentas complementares no processo de identificação, a nível de espécie, de diversos táxons vegetais. O presente estudo teve como objetivo a identificação de espécies vegetais, conhecidas por seus nomes populares, a partir de análises morfológicas e análises moleculares, oriundas de florestas remanescentes de áreas de mineração no Sudeste do estado do Pará, Amazônia Oriental. As amostras foliares das árvores foram obtidas na área de propriedade da empresa Mineração Paragominas S.A., localizada há aproximadamente 70 km do município de Paragominas, sudeste do estado do Pará. Em campo, a metodologia aplicada partiu de análises morfológicas, onde foram realizadas a coleta, secagem, identificação, por comparação, junto a coleção da Embrapa Amazônia Oriental e validação dos nomes científicos. Já para as análises moleculares, foram feitas a extração do DNA das amostras vegetais (CTAB - Cetyl trimethylammonium bromide), quantificação, amplificação (PCR), purificação e sequenciamento. Todas as árvores identificadas, em campo, foram associadas ao seu respectivo nome vulgar. A identificação dos espécimes vegetais foi feita até o nível de espécie, pelos dois métodos de identificação proposta nesta pesquisa, e sempre associado ao nome vulgar do respectivo vegetal. Em campo, foram identificados cinco espécimes vegetais de nomes vulgares: maravuvuia, abiu-seringarana, abiu-cabeça-de-macaco, pau-de-lacre e tamanqueira baseadas nos caracteres morfológicos de cada planta. De acordo com a identificação botânica foram identificados cinco gêneros distribuídas em quatro famílias: Croton sp. (maravuvuia) pertencente à família Euphorbiaceae; Ecclinusa sp. (abiu-seringarana) e Pouteria sp. (abiurana ou abiucabeça-de-macaco), ambas pertencentes a Sapotaceae; Vismia sp. (pau-de-lacre) pertencente à família Hypericaceae, e Zanthoxylum sp. (tamanqueira) da família Rutaceae. Em relação as análises de DNA, todas as amostras foram significativas no processo de amplificação (PCR) e sequenciamento, dos quais, todos os espécimes foram identificados a nível de espécie, são elas: Croton matarensis Aubl. (Euphorbiaceae), Ecclinusa guianensis Eyma (Sapotaceae), Pouteria venosa subsp. amazonica T.D. Penn., Zanthoxylum rhoifolium Lam, Vismia glaziovii Hieron e Vismia gracilis Hieron, no qual, todas as espécies corresponderam com a análise botânica a nível de gênero. Diante de tais resultados, conclui-se que as metodologias utilizadas são eficientes para a identificação taxonômica das plantas conhecida por seus nomes vulgares nas florestas remanescentes da mineração na Amazônia Oriental. Com isso, sugere-se que a análise tradicional de identificação de espécies vegetais seja complementada com as ferramentas moleculares, desse modo, vindo a diminuir os erros de identificação dos espécimes vegetais da floresta Amazônica.