"SOLOS COM PALMA DE ÓLEO: CONDIÇÕES ADEQUADAS PARA OPERAÇÕES MECANIZADAS, SEM COMPROMETER A ESTRUTURA DO SOLO E O CRESCIMENTO DE PLANTAS"
Compactação do solo; Compressão; Resistência a penetração; Tráfego de máquinas
A palma de óleo produz um dos óleos mais demandados do mundo, destinado para alimentação, sendo crescente sua utilização para fabricação de biodiesel. O manejo da palma de óleo requer operações mecanizadas desde o preparo do solo até a colheita dos frutos. A trabalhabilidade ou trafegabilidade do solo depende da umidade no momento da operação. Plantios de palma de óleo na Amazônia estão sujeitos a pluviosidades acima de 2.000 mm, fator que contribui para o aumento do risco de compactação do solo. O objetivo geral dessa pesquisa é estabelecer a umidade do solo adequada as operações de manejo e a capacidade de suporte de carga de solo com palma de óleo no estado do Pará. Os objetivos específicos são (i) prever a faixa de conteúdos de água limitantes para operações mecanizadas a fim de reduzir danos à estrutura do solo com palma de óleo; (ii) selecionar uma equação representativa para o solo com palma de óleo com base em equações de ajuste da RP em função da umidade e densidade do solo; (iii) quantificar os efeitos das zonas de manejo na variação temporal da RP e porosidade de aeração; (iv) predizer a máxima pressão que o solo com palma de óleo pode suportar, sem compactação adicional. O estudo está sendo desenvolvido em uma fazenda no Município de Santa Bárbara, Pará, Brasil em três plantios de palma de óleo, onde foram coletadas amostras deformadas e indeformadas em três zonas de manejo (coroamento, linha de plantio e linha de tráfego), nas profundidades 0-0,20 m, 0,20-0,40 m, 0,40-0,60 m. A faixa de conteúdos de água limitantes para operações mecanizadas foi prevista utilizando os parâmetros da equação de van Genutchen. Determinamos também o carbono orgânico, porosidade total, macroporosidade, microporosidade e densidade do solo. A resistência a penetração (RP) e a porosidade de aeração estão sendo utilizadas para caracterizar e quantificar os efeitos do manejo através do monitoramento RP e umidade gravimétrica durante treze meses, nas três profundidades e zonas. Serão realizadas análises de validação, desenvolvimento e escolha do ajuste da RP entre cinco equações. A máxima pressão que o solo com palma de óleo pode suportar, sem compactação adicional será obtida através do ensaio de compressão axial, realizado em zonas de manejo e área adjacente em duas profundidades (0,025-0,05 m e 25,0-27,54 m). Os conteúdos de água foram influenciados pelas zonas de manejo, principalmente na camada superficial. Os conteúdos mais limitantes às operações foram encontrados na zona de tráfego. O carbono orgânico e a densidade do solo influenciaram a faixa de conteúdos de água na camada subsuperficial. Os solos foram trafegados acima do limite úmido, principalmente nos meses de novembro a maio. A avaliação temporal da RP e PA permitirá identificar períodos de restrição ao crescimento da palma de óleo, obter ajustes de RP representativos. A pressão de pré-consolidação vai refletir a capacidade de suporte de carga do solo com palma, informações importantes para o planejamento mais sustentável de operações mecanizadas, levando em consideração a umidade do solo para a tomada de decisão