CHARACTERISTICS OF PRODUCTION OF IRRIGATED “TAHITI” ACID LIME IN THE CLIMATE CONDITIONS OF EASTERN AMAZON
Citrus irrigado, produtividade, evapotranspiração, uso eficiente da água
O Brasil é o quinto maior produtor mundial de lima ácida “Tahiti”. Entre as espécies cítricas existentes, esta é a que apresenta a segunda maior área cultivada no país, perdendo apenas para a laranja. No estado do Pará a citricultura vem crescendo nos últimos anos, e a lima ácida “Tahiti” já ocupa 25% da área cultivada com citrus no estado. Nesta região, a floração ocorre no final de junho e o período de desenvolvimento fenológico dos frutos se estende até meados de novembro. A colheita é concentrada entre dezembro e abril, período em que a lima ácida atinge a menor cotação no mercado regional. Neste trabalho, avaliou-se a resposta da lima ácida irrigada a quatro diferentes lâminas de irrigação em um experimento em blocos ao acaso nas condições edafoclimáticas da porção oriental da Amazônia. Os tratamentos, que consistem nas quatro lâminas de irrigação, foram denominados de T1, T2, T3 e T4. A irrigação foi realizada de modo a manter o potencial hídrico do solo, monitorado por tensiômetros, dentro das seguintes faixas: abaixo de -50 kPa para T1, entre -30 e -50 kPa para T2, entre -10 e -30 kPa para T3, e acima de -10 kPa para T4. A resposta da cultura foi analisada por meio de observações das seguintes variáveis: ocorrência de flores e frutos, produtividade e trocas gasosas. Os resultados indicam que a irrigação promoveu uma antecipação do início do período de colheita e um aumento na produtividade total acumulada na safra 2020-2021 até fevereiro, que passou de 2,22 em T1 para 6,89 kg planta‑1 em T4. Nos meses subsequentes, a produtividade dos tratamentos se igualou, estabilizando entre 6,01 e 8,95 kg planta‑1. O estresse hídrico induziu uma segunda floração em meados de outubro nas plantas que receberam a menor lâmina de irrigação, o que prolongou o período de colheita neste tratamento. As diferentes lâminas de irrigação também influenciaram o peso fresco dos frutos colhidos, que foi maior no tratamento com maior lâmina de irrigação. Além disso, foi avaliada a eficiência econômica e a produtividade da água pela cultura. Na análise de eficiência econômica, avaliou-se a receita bruta e a receita líquida da cultura. Nas condições do estudo, não houve viabilidade econômica em nenhuma das lâminas testadas, devido à baixa produtividade obtida. Com relação ao uso da água, verificou-se que o aumento da lâmina de irrigação reduziu a razão entre a receita bruta obtida e o volume de água aplicada (por irrigação), e houve redução na razão entre a produtividade obtida e a água aplicada. O balanço de radiação também foi medido ao longo do experimento. Observou-se que o albedo da cultura foi de 0,13 e a evapotranspiração média durante os dois anos de experimento foi de 3,2 mm dia‑1