Rizobacterias promotoras do crescimento e supressoras de manchas foliares em acaizeiro.
Euterpe oleracea. Bioestimulante. Biofertilizante. Estresse hídrico. Colletotrichum.
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é uma palmeira nativa da Amazônia e de grande interesse econômico no Brasil e no mundo. O Brasil é o maior produtor mundial do fruto de açaí, sendo o estado do Pará o maior produtor nacional. Essa produção era destina ao consumo local, porém a conquista de novos mercados e o aumento nas exportações estimulou a expansão dos plantios comerciais em terra firme. No entanto, a alta demanda por mudas tem limitado a implantação de plantios comerciais, devido ao crescimento lento, alta sensibilidade ao déficit hídrico e a ocorrência de manchas foliares. A irrigação inadequada em viveiros e a alta sensibilidade das mudas de açaí ao déficit hídrico provocam reduções drásticas na produção de mudas, pois afeta as relações hídricas e ocasiona alterações nos processos fisiológicos, limitando o crescimento. Além do déficit hídrico, a antracnose causada pelo fungo hemibiotrófico Colletotrichum sp., é principal doença foliar que provoca perdas de até 70% de mudas de açaí em viveiros. Os sintomas nas folhas começam como pequenos pontos de manchas circulares ou elípticas de cor marrom, com área central clara e halo clorótico, os quais reduzem a área foliar e diminui a fotossíntese. Várias estratégias têm sido utilizadas para controlar os efeitos negativos dos estresses bióticos e abióticos, tais como a seleção de cultivares mais resistentes e o uso de fungicidas não registrados. Contudo, o melhoramento material genético ainda é incipiente que resulta em pequeno número de cultivares mais tolerantes disponíveis no mercado. Uma estratégia alternativa para induzir tolerância aos estresses pode ser o uso das bactérias promotoras do crescimento de plantas (PGPR), pois são benéficas para o crescimento das plantas e podem induzir maior tolerância aos estresses bióticos e abiótico. As PGPR são encontradas na vida livre do solo e podem promovendo benefícios para a planta através da colonização das raízes. Os benefícios incluem, principalmente, maior reciclagem, solubilização e absorção de nutrientes minerais, síntese de vitaminas, aminoácidos, sideróforos e hormônios promotores do crescimento de plantas, como giberelina, auxina e citocinina. Portanto, a inoculação das PGPR em mudas de açaí induz alterações fisiológicas, morfológicas e bioquímicas favoráveis para promover o crescimento, mitigar os efeitos negativos do déficit hídrico e suprimir a antracnose causada por Colletotrichum sp.