O presente projeto, Jambu Sideral , nasceu do interesse na relação entre o audiovisual, a educação pública, a comunidade escolar e a formação dos novos educadores(as) da UFRA. O propósito central é a interação dos acadêmicos(as) ligados às licenciaturas, com os alunos(as) e profissionais da educação da rede pública de Belém, por meio da produção audiovisual paraense e amazônica dialogando com o mundo contemporâneo. Destaca-se que apesar do foco ser a análise dos materiais produzidos na região, não serão preteridas as produções audiovisuais relevantes de outras nacionalidades e regiões. Observa-se que a extensão universitária é uma via de mão dupla, uma vez que possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e acadêmicos(as) envolvidos, juntamente com a comunidade que se pretende atender. O cineclube Jambu Sideral parte desse pressuposto e acrescenta que o debate sobre as produções fílmicas deve ultrapassar a análise exegética, como um cinema de atrações que busca apenas o espetáculo (COSTA, 2006). A proposta caminha para a valorização do material audiovisual na sua plenitude: como fonte documental, instrumento crítico de investigação científica, produção de conhecimento, formação profissional, composição de novos grupos de trabalho e um rico produto de reconhecimento cultural, especialmente, se for pensado do local para o global. Cabe evidenciar que, historicamente, os cineclubes são entidades surgidas no começo do século XX, em meio ao processo de legitimação cultural do cinema tendo como base a organização do público em torno da arte cinematográfica. Seu início foi um movimento restrito à elite intelectual e aos circuitos mais fechados da sociedade, entretanto, a partir de 1950, os movimentos cineclubistas se engajaram entorno da formação da comunidade, associações de classe, sindicatos e passaram a frequentar diferentes territórios na sociedade, com o objetivo de popularizar a sétima arte, contribuindo para estruturação de um espectador crítico e participativo frente à imagem fílmica. As atividades dos cineclubes são responsáveis pela criação de instituições, revistas, boletins, textos, grupos teatrais, práticas sociais educativas ligadas à exibição e a divulgação dos filmes. São espaços democráticos, políticos e pedagógicos que contribuem na formação do público, pois não só estimulam as pessoas a serem espectadores passivos, mas promovem as rodas de discussões trazendo à lume o protagonismo dos sujeitos históricos negligenciados nesse processo. Essas práticas permitem a ampliação das discussões e o desenvolvimento de novos projetos culturais e de novas redes de sociabilidade. O trabalho do cineclube se pauta pelo estudo não apenas da relação filme e história, mas demanda uma análise das práticas em torno do cinema. Em linhas gerais, trata-se de um ritual íntimo e subjetivo que em alguns momentos da história se configurou com maior magnitude como intimidade partilhada por coletivos e instituições. É na fissura das políticas culturais regidas pelo mercado e pelo estado que os cineclubes buscam delimitar suas ações e projetos coletivos. (CHARNEY; SCHWARTZ, 2001). Diante do que foi exposto, o Cineclube Jambu Sideral será responsável pela realização de sessões e debates públicos nas escolas e nos diversos espaços da UFRA. Além disso, pretende-se buscar parcerias e apoios junto ao poder público para divulgar e ter acesso às escolas públicas. Concomitantemente a essas ações, o cineclube Jambu Sideral, sob a orientação da equipe pedagógica, incentivará a construção de uma lista de produções audiovisuais, divididos em eixos temáticos, para que os acadêmicos tenham acesso à diferentes fontes documentais como forma de complementar seus estudos, auxiliar na produção de artigos, resenhas, resolução de trabalhos ao longo dos semestres e até mesmo fornecer instrumentos para preparar seus planos de aula. Por fim, tais intenções são fundamentais para pensarmos o papel do cineclube Jambu Sideral nas comunidades escolares de Belém. Se, atualmente, refletirmos que o modelo de distribuição e exibição de filmes no Brasil e no mundo se estabelece de forma a bloquear o acesso à diversidade cultural cinematográfica, os cineclubes buscam exatamente o contrário. O projeto sinaliza para um cinema que privilegie a ampliação da gama de temas e assuntos sensíveis à sociedade, que não encontram lugar na indústria cultural cinematográfica. Nota: O nome nasceu da mistura de elementos culturais tipicamente amazônicos com componentes ligados à tecnologia, educação e ao próprio Instituto Ciberespacial (ICIBE-UFRA).
Discente e Docentes das Licenciaturas do ICIBE.
Alunos do ensino fundamental da Rede Municipal de Belém. Escolas que já possuem vínculo com a UFRA
Edital para escolha da logo na nossa rede social @jambusideral
Participação com mostra de cinema no JURA 2023
Logomarca vencedora do projeto Jambu Sideral
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